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Detentos denunciam comida do Presídio de Corumbá

Um “marmitex” chegou a Vigilância Sanitária , nesta manhã (16), e está sendo encaminhando ao Lacen para análise

Comida mal feita, servida fria, com carne verde, mais conhecida pelos internos das unidades prisionais de Corumbá por “carne monstro”, tem causado repulsa nos presos e Agentes Penitenciários que comem o mesmo alimento. As marmitas chegam nos albergues as 11h da manhã e do jeito que recebem , devolvem na lixeira ou dão para os cães.

A alimentação é responsabilidade da empresa paulista que venceu o certame, mais uma vez: Nutre & Saúde, que apresentou um cardápio , e na prática serve outro, bem mais econômico, fazendo uso de salito (produto proibido porque sacia a fome e incha a pessoa) , não manda verduras, leite ou doce conforme levantou a reportagem.

Uma marmita chegou a redação através da mãe de um interno que está com pedras na vesícula, devido as péssimas condições da comida servida aos presos e aos agentes , sem distinção. Não dava entender o que era, mas parecia: Arroz, feijão e carne moída sem um tempero e duas rodelas de pepinos já escurecidas pelo calor de Corumbá.

As refeições são preparadas no presídio masculino , por oito presos (a maioria bolivianos/internos disciplinados) sob orientação de uma nutricionista. Eles levantam às 6h da manhã e começam a servir às 8h, levam duas horas apenas para cozinhar para mais de 800 pessoas diariamente.

Esta comida fica acondicionada em marmitex até por volta de meio dia, quando são distribuídas nos albergues, no programa ELO e no Patronato. Estes são acondicionados em caixotes ou num isopor, dentro de um veículo, Combi, sem obedecer qualquer critério higiênico.

Investigação

Segundo Helvio Junqueira, chefe da Vigilância Sanitária e Epidemiológica de Corumbá, o último laudo feito no Estabelecimento Penal Masculino, apontou diversas irregularidades, “hoje vamos recolher amostras dos alimentos para enviar ao Laboratório Central de Saúde Pública em Campo Grande. O laudo deve chegar em até dez dias”, disse ao recolher o marmitex já malcheiroso, nesta manha, mesmo mantido refrigerado.

Gato por lebre

O Cardápio apresentado a Agepen na assinatura do contrato, previa três alimentações: Café da manhã (pão com margarina e chá), almoço e jantar, leite e uma sobremesa , mas nos últimos anos cortaram o jantar dos domingos e servem apenas pão com margarina e chás as 16h. A alimentação dos sábados e domingos é sempre a mesma, segundo denuncias: Macarrão com salsicha ou lingüiça calabresa (aapenas no almoço) . Nem mesmo os Agentes Penitenciários que trabalham nos órgãos externos como Albergue, ELO e Patronato escapam da “gororoba”, conforme apelidaram.

Negligencia

Em contato com a direção do Presídio de Corumbá, a administração não quis falar a respeito. O diretor da Unidade Ednaldo Dias Lemos, negou ter recebido reclamação por escrito dos agentes sobre as péssimas condições da comida, “não sei de nada. Entre em contato com a Agepen em Campo Grande”, disse o diretor responsável diretos pelos assuntos internos do presídio. O diretor do semi aberto Amilton Jorge não negou os fatos, “disse ter conhecimento da situação e que levaria o assunto a direção do presídio, “estou com uma marmita em minhas mãos. Esta denuncia pode ter sido feita por um servidor e vamos investigar”. Questionado se os agentes comiam a mesma comida dos presos e nas mesmas condições, ele foi categórico, “ninguém é melhor que ninguém são todos seres humanos”. Talvez ele se esqueça que como seres humanos as denuncias poderiam- sim- ter partido de agentes, e o que deveria ser investigado não é quem denunciou mas, a comida muitas vezes estragada, feia, malcheirosa que pode matar qualquer “ser humano” por intoxicação alimentar , e talvés tenham sorte disto não ter ocorrido porque as “quentinhas” vão direto para o lixo assim que recebem.

Medo

Segundo familiares de internos do Presídio masculino, eles já foram ameaçados pela administração/direção da unidade caso reclamassem, “falam que vão mandar eles de ‘bonde’, transferidos para a Penitenciária de Segurança Máxima. Já tentaram protestar, mas foram impedidos de comentar o assunto”, disse N.G, sogra de um interno, “da pena ver o que eles servem de comida. Quem tem dinheiro cozinha ou manda a família levar. Quem não tem é obrigado a ‘engolir’ aquilo”. A foto do marmitex exibe a comida servida neste domingo dia 15 de Janeiro aos Agentes e Presos de Corumbá. A mesma foi encaminhada pela Vigilância Sanitária para analise. Testemunhas afirmam que quando o juiz vai visitar a unidade prisional a ordem é “caprichar” no cardápio para não levantar suspeitas.

Testemunhas que se colocaram a disposição da justiça para qualquer esclarecimento sobre estes fatos. A identidade dos denunciantes não foi revelada a pedido, para evitar represálias. O Ministério Público de Corumbá também foi avisado sobre o caso.

Como disse o diretor do semi abeto, “são todos seres humanos”, portanto, mesmo presos – partindo deste principio – deveriam comer comida mais digna de gente. (Informações do Capital do Pantanal)

 

Por: Da Redação

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