Corumbá

Defesa Civil apresenta balanço dos simulados de rompimentos de barragens

 

A Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil de Corumbá apresentou um balanço sintético dos resultados alcançados nos dois simulados práticos realizados na região na semana passada.

Dentro de um cenário hipotético de rompimento de barragem, no dia 28 de agosto do corrente ocorreu o simulado envolvendo a empresa mineradora Vetorial, distante cerca de 25 km do centro de Corumbá, detentora da Barragem Sul da Mina Laís, com capacidade de 800.000 m³ de rejeitos de mineração.

E já no dia 29 do mesmo mês, ocorreu o simulado envolvendo a empresa mineradora Vale, distante cerca de 30 km do Centro da cidade, dona da Barragem Gregório da Mina Santa Cruz, com capacidade de 2.130.284 m³ de rejeitos de mineração.

Participaram como observadores desse evento, representantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil-MS, da Agência Nacional de Mineração, do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil, do Ministério Público Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público do Trabalho, do Corpo de Bombeiros Militar, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, da Secretaria Especial de Segurança Pública e Defesa Social de Corumbá-MS, da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal e da Guarda Municipal de Corumbá-MS.

“Creio que tivemos avanços significativos no campo da prevenção e preparação para uma situação de emergência em barragens. Esses dois simulados permitiram colocar em prática o que há meses estamos planejando com as duas mineradoras, tendo como fundamento o próprio Plano de Ação de Emergência para Barragem de Mineração”, afirmou o 1º tenente Bombeiro Militar da Reserva, Isaque do Nascimento, diretor-executivo da Agência Municipal de Proteção e Defesa Civil.

“Conseguimos mobilizar nesses dois dias cerca de 820 pessoas, aí inclusas os funcionários das mineradoras, os representantes estratégicos de instituições municipal, estadual e federal, que nesse primeiro momento tiveram o papel de observadores e opinantes e logicamente inserida nessa mobilização as pessoas que residem à jusante do barramento, que na hipótese de ruptura do reservatório, estariam passíveis de serem afetadas pela onda de inundação de rejeitos de mineração”, continuou Isaque do Nascimento.

Simulados foram realizados em Corumbá na semana passada (Foto: Clóvis Neto)

Aspectos positivos

1.Barragens com fator de segurança aprovado pela Agência Nacional de Mineração;

2.Plano de Ação de Emergência em consonância com as normativas que tratam do assunto e devidamente protocolados nos órgãos competentes;

3.Sistema ativo de monitoramento da barragem;

4.Sistema alarmístico com alcance na população mapeada;

5.Placas sinalizatórias padrão indicando as rotas de fugas;

6.Pontos de Encontros devidamente identificados com placas padronizadas;

7.Placas fornecendo instruções de como proceder numa situação de anormalidade;

8.Equipes treinadas.

Correção e Aperfeiçoamento

EMPRESA VETORIAL

1.Conferência permanente do sistema alarmístico, em face de 01 dos 13 aparelhos não ter funcionado a contento durante o simulado;

2.Ampliação em torno de 300 metros nos dois sentidos da faixa de bloqueio da BR 262, a fim de se prevenir acidentes com veículos em movimento até a chegada no bloqueio principal;

3.Orientar as equipes de bloqueio para que tenham mais celeridade e maior controle na obstrução principalmente na BR 262;

4.Melhorar, a partir do trevo de entrada da BR 262, com placas orientativas o acesso até a central de controle da empresa, onde funcionará o Posto de Comando, com vista a facilitar a chegada das equipes de socorro;

5.Franquear o acesso das equipes do Corpo de Bombeiros Militar nos espaços da mineradora, com o objetivo de identificação dos materiais disponíveis para emprego numa eventual necessidade;

6.Estudar a possibilidade de colocação de assentos e cobertura nos Pontos de Encontros;

7.Fortalecer e promover uma sensibilização continuada com as famílias residentes à jusante da barragem, quanto a necessidade de maior engajamento e participação das mesmas nos futuros simulados, dentro do bom propósito de treiná-las e orientá-las de como proceder numa situação real de emergência;

EMPRESA VALE

1. Conferência permanente do sistema alarmístico, em face de 01 das 04 torres externas não ter funcionado a contento durante o simulado;

2.Ainda que seja em situação de simulado, acrescentar mais 02 pontos de bloqueios, sendo um próximo ao balneário Menck e o outro na via de acesso próximo ao pátio Tupacery, via esta que também demanda à região do monjolinho, visando a interrupção de trânsito de veículos nessas áreas;

3.Através de questionário, levantar a rotina dos residentes, para que numa situação de simulado ou real, tenha-se conhecimento prévio de sua localização;

4.Estudar a possibilidade de colocação de assentos e cobertura nos pontos de encontros;

5.Fortalecer e promover uma sensibilização continuada com as famílias residentes à jusante da barragem, quanto a necessidade de maior engajamento e participação das mesmas nos futuros simulados, dentro do bom propósito de treiná-las e orientá-las de como proceder numa situação real de emergência.

Por outro lado, em relação à população mapeada, os indicadores apontam um nível razoável de participação e que necessita ser melhorado, por exemplo:

  • População residente à jusante da barragem da VETORIAL : 95,00 % de participação
  • População residente à jusante da barragem da VALE : 43,21 % de participação

Ações Futuras

O próximo passo será a atualização cadastral da população residente na trajetória da mancha de inundação, com georreferenciamento também atualizado; e sensibilização para a importância da participação da população nos simulados futuros, com vista à preservação da vida humana.

“Cumpre destacar que o simulado é um conjunto de procedimentos operativos mas, a sua essência é consolidar as ações de prevenção, preparação e reposta para a eventualidade de uma situação adversa, com o objetivo de evitar ou minimizar o risco de perdas de vidas humanas, danos às propriedades e ao meio ambiente”, concluiu o diretor-executivo da Defesa Civil de Corumbá.