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Decoada: PF conta com escutas telefônicas que apontam indícios de desvios de recursos

Delegado da PF, Alexandre do Nascimento (à direita); promotor Luciano Anechini e Janaína Gonçalves, chefe da CGU/MS (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Online)

A deflagração da Operação Decoada pela Polícia Federal para investigar um grupo acusado de promover fraudes e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Corumbá foi baseada em “fortes indícios” de má gestão dos recursos públicos federais destinados para as áreas de saúde; educação e infraestrutura da cidade.

“As investigações começaram com base em levantamento de campo da equipe policial que detectou algumas obras em que não se via regularidade, contratações de pessoas por alguns milhões de reais e, muitas das vezes, as mesmas pessoas se repetindo na contratação com a Administração. Isso chamou atenção e foi feito todo o levantamento que deu início à investigação”, explicou o delegado chefe da Polícia Federal de Corumbá, Alexandre do Nascimento. “Temos provas documentais, de alguns processos analisados pela Controladoria Geral da União (CGU); temos escutas telefônicas e diligências de campo que documentaram alguns fatos, que prefiro não falar, no momento, para não atrapalhar as investigações”, completou.

Embora os indícios sejam “fortes” de que houve malversação do dinheiro público, é impossível, neste primeiro momento, apontar montante que pode ter sido supostamente desviado. “Não se pode falar ainda em montante de recursos desviados, friso que é uma investigação. Temos indícios, fortes indícios de alguns milhões de reais. Mas não se pode, ainda, falar em valores precisos, tampouco em desvios. Temos fortes indícios e algumas provas, não podemos falar em valores ainda. (…) Existem fortes indícios de que o dinheiro, pelo menos, foi mal aplicado, mal utilizado ou direcionado para alguma pessoa de interesse dos que estão na Administração”, esclareceu o delegado.

De acordo com Alexandre do Nascimento, houve necessidade de afastamento de servidores dos cargos e decretações de prisões temporárias – pelo prazo inicial de cinco dias e que podem ser prorrogadas por igual período – para evitar prejuízo ao trabalho de investigação policial. “Alguns servidores tiveram o afastamento decretado pela Justiça por conta do provável envolvimento com algumas irregularidades e pelo fato de estar no ambiente da Administração, neste momento, ser prejudicial aos trabalhos investigativos. (…) O objetivo da prisão temporária, nesse momento, é afastar as pessoas do local das funções para que não destruam provas, não atrapalhem as investigações”, afirmou o delegado.

Ainda segundo o delegado chefe da PF, “é temerário” fazer qualquer afirmação ligando o suposto esquema de fraude em licitações públicas em algumas secretarias da Prefeitura de Ladário, investigado pela Operação Questor, deflagrada em 16 de maio do ano passado, com a Operação Decoada. “É temerário falar qualquer coisa no momento. Foi detectada alguma ligação por conta de o mesmo investigado, de uma pessoa investigada aqui, que também tem situações de irregularidades em licitações na Prefeitura de Ladário”, afirmou ao informar que a ação desta quinta-feira pode, de certa forma, ser considerada desdobramento da Questor.

O inquérito da Polícia Federal investigando a existência do possível esquema fraudador não tem prazo específico para terminar. “Por conta da análise de todo o material coletado e da análise dos processos pela Controladoria Geral da União, a gente tende a estender esse prazo por alguns meses porque é muita coisa e tudo tem que ser muito bem analisado”, antecipou o delegado.

O delegado Alexandre do Nascimento destacou que não há investigações sobre o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT). “O prefeito não é investigado, não é o foco da investigação. Nós não temos atribuição para investigar o prefeito nesse momento. Não temos autorização e nem atribuição”, concluiu. Participaram da coletiva na sede da Delegacia de Polícia Federal a chefe da CGU-MS, Janaína Gonçalves Theodoro de Faria, e o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, Luciano Anechini Lara Leite.

As equipes da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União, que chegaram à sede da Prefeitura de Corumbá por volta das 05h30, saíram do prédio por volta das 14h30 levando documentos para a delegacia. (Informações do Diarionline)

 

Por: Da Redação

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