Corumbá

Corumbá vai viabilizar macacões para catadores de iscas do Pantanal

A constante imersão na água provoca fungos e alergias, onde no sexo feminino este quadro é mais grave

 

A constante imersão na água provoca fungos e alergias, onde no sexo feminino este quadro é mais grave

A Prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Especial de Integração das Políticas Sociais, vai distribuir cem macacões impermeáveis para catadores de iscas, também conhecidos como “isqueiros”, que vivem no Pantanal corumbaense. Os equipamentos de segurança estão sendo adquiridos com recursos do Fundo Municipal de Investimento Social (FMIS) e serão entregues durante a Ação Social Povo das Águas 2012, que começa em março e se estende até novembro. Idealizado pelo ECOA (Ecologia e Ação), a distribuição de macacões já contemplou 15 catadores em Corumbá.

Mas o preço elevado de cada peça impossibilitou a distribuição para outros profissionais. A questão foi levantada no I Fórum dos Povos Tradicionais, realizado pelo Ministério Público Federal em outubro de 2011. “Tendo em vista o Programa Social Povo das Águas vem atendendo às comunidades ribeirinhas desde o ano 2009, foi sugerido que a Prefeitura desse continuidade na aquisição e distribuição deste instrumento de trabalho”, explicou a secretária Especial de Integração das Políticas Sociais, Beatriz Cavassa de Oliveira.

O projeto foi apresentado e aprovado pelo Conselho do FMIS. A medida, segundo a secretária e primeira-dama, é mais um avanço “no sentido de preservar a saúde e a vida dos mesmos”. Durante o Povo das Águas, todos os ribeirinhos que vivem em regiões distantes da zona urbana são assistidos com atendimentos médicos, odontológicos, sociais e educacionais oferecidos pela Prefeitura. Nas nove edições de 2011, o programa social realizou um total de 6.219 atendimentos sócio-educacionais e distribuiu 1.875 cestas básicas.

As 615 famílias ribeirinhas também foram atendidas com 8.444 colchas; 332 kits bebês; 1.132 kits verduras, além de roupas, agasalhos e redes; 1.448 atendimentos médicos; 1.721 procedimentos de enfermagem; 511 atendimentos odontológicos com distribuição de 2.160 kits com escovas e pasta dental; acompanhamento de 317 crianças de 0 a 5 anos de idade; e a aplicação de 1.965 doses de vacinas diversas para crianças, adultos e idosos. O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e o Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas (CAPS ad) também participaram da ação.

Catadores

Os pescadores artesanais de iscas vivas, ou “isqueiros” como são conhecidos, são a base da economia advinda da pesca em toda a região. Em geral, são pessoas são habitantes tradicionais de suas regiões e encontram-se em condições de intensa exploração e condições subumanas de trabalho, conferindo-lhes um quadro social grave, um reflexo de grande parte das comunidades ribeirinhas do Pantanal. A forma como é empregada a pesca de iscas nos rios e baías traz sérias conseqüências para a saúde e segurança de mulheres que representam a grande maioria da categoria, e homens pescadores.

A constante imersão na água provoca fungos e alergias, onde no sexo feminino este quadro é mais grave, além da exposição às adversidades do tempo e suscetibilidade a ataques de animais peçonhentos. O objetivo central do projeto é a melhoria da qualidade de trabalho e consequentemente retirar as condições de marginalização e insalubridade dessa atividade importante que agrega centenas de famílias pelo pantanal. Os equipamentos que serão distribuídos pela Prefeitura são produzidos com material específico de alta qualidade.

Os macacões são fabricados com borracha industrial de alta qualidade e forrado com reforço têxtil em polyester trançado, com botas de borracha acopladas, com solado de alta aderência e tração, feito para profissionais da pesca. Serão contemplados isqueiros das regiões ribeirinhas do Alto Paraguai (Paraguai Mirim, Amolar e São Lourenço) e Baixo Paraguai (Porto da Manga, Porto Esperança, Mediações de Forte Coimbra), após verificação e constatação feita pela Defesa Civil. (PMC)

 

Por: Da Redação