Corumbá

Corumbá se mobiliza em solidariedade às vítimas dos masacres da Paletina

 

Convocado pela Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira de Corumbá e pelo Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino, um ato público de solidariedade às vítimas dos massacres israelenses será realizado nesta terça-feira, dia 29, a partir das 16 horas, na Praça Independência, em razão do intenso bombardeio de há quase duas semanas sobre a população civil palestina, com ênfase em Gaza, cujo número de vítimas passa de 700 neste momento.

Mais que mera manifestação de repúdio à ação das hordas assassinas extremamente armadas, causadoras de sucessivos massacres sem precedentes na história do conflito árabe-israelense, o ato será um encontro de paz em que a solidariedade a esse heroico povo, há mais de 60 anos vitimado por contínuos atentados verdadeiramente terroristas, desde os tempos do atentado a civis que atingiu o Hotel King David, em 1945, quando o ex-premiê Menachem Begin (contemplado com o Nobel da Paz ao lado de Anwar Sadat pelo célebre acordo de Camp David), como um dos coordenadores da ação terrorista, foi fichado e perseguido por instituição de espionagem e antiespionam dos países ocidentais que à época representavam os interesses coloniais.

Nesse sentido, a comunidade palestina local agradece pela posição firme do Governo Federal, que corajosamente determinou a condenação do governo israelense e a retirada do embaixador credenciado em Telavive, como medida de pressão para que as autoridades sionistas sejam demovidas de sua evidente determinação de varrer a Palestina milenar e o povo palestino do histórico território usurpado em 1947 por representantes do Império Britânico.

Entretanto, são necessárias medidas de pressão ainda mais contundentes, como a suspensão imediata e unilateral de contratos comerciais, militares e de cooperação, como na segurança, ciência e tecnologia, os quais são superavitários para o Estado de Israel, movimentando bilhões de dólares ao ano. As mesmas empresas, aliás, que negociam com o Brasil são as que fornecem os equipamentos de última geração para aquele governo promover massacres de civis palestinos em sua própria terra, sob o argumento de se tratar de seu inalienável direito de defesa.

“NÃO SE TRATA DE UMA GUERRA, MAS DE UM MASSACRE DE CIVIS”

O advogado Cândido Andrade Filho, indignado com o massacre avassalador contra a população de Gaza, na Palestina Ocupada, integra o coletivo que está organizando a manifestação de solidariedade ao povo palestino. O ato público acontece neste terça (29), a partir das 16 horas, na Praça Independência, no centro de Corumbá (MS).

“O que vemos na mídia não é uma guerra, mas um massacre desproporcional entre uma potência militar (com alta tecnologia) e uma população civil de mais de 1,5 milhão de pessoas encurraladas numa pequena área, menos de 20% do município de Corumbá”, diz o advogado. Como ele, dezenas de cidadãos de diferentes idades, atividades profissionais, credos e posições políticas integram o comitê organizador que realiza este ato de solidariedade no coração do Pantanal.

Assim Andrade Filho justifica a sua decisão de participar desse ato de solidariedade: “Sou nascido aqui, tenho grandes amigos de origem palestina, e desde criança tenho testemunhado a angústia das famílias que vivem no Brasil, mas que a felicidade para eles representa um dia poder ver suas famílias, que atualmente são reféns da violência de um Estado que não respeita fronteiras, convenções internacionais e resoluções das Nações Unidas, em seu pedaço de chão que possa ser chamada de pátria”

A decisão de o governo brasileiro condenar a violência contra a população de Gaza e de retirar seu embaixador de Telavive é, para Andrade Filho, um gesto oportuno e coerente com a tradição do Itamaraty, que defende a autodeterminação dos povos e a soberania das nações como princípio norteador das relações internacionais. “O Brasil é país-membro das Nações Unidas, além de ser signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, de diversos acordos e convenções internacionais, como a de Genebra (que estabelece limites humanitários até em situações de guerra), portanto, não pode abrir mão dos princípios construídos ao longo dos dois últimos séculos para garantir a sobrevivência da humanidade e protegê-la da barbárie”, conclui o advogado.

 

Por: Da Redação