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Contemplada pelo FIC Pantanal, peça será apresentada gratuitamente nesta semana

Contemplada com recursos do Fundo de Investimentos Culturais do Pantanal (FIC Pantanal), a peça teatral “O Homem que Sabia Javanês” terá três apresentações gratuitas ao longo desta semana em Corumbá.

A primeira delas acontece nesta terça-feira, 26 de setembro, às 15h30, na Escola Estadual Júlia Gonçalves Passarinho, localizada na rua Dom Aquino, entre a Tiradentes e a Ladário. Na quarta-feira, o espetáculo será encenado na Escola Estadual Dom Bosco, às 20 horas. No sábado, dia 30, a peça estará no Sesc Corumbá.

Montada sem adaptações no texto original de Lima Barreto, a peça é quase uma encenação literária. “O Homem que Sabia Javanês” será apresentado pela Cia Maria Mole e faz parte do projeto “Independência”. O espetáculo é dirigido por Bianca Machado e, no elenco, conta com os atores Aline Galvarro, Lício Castro, Mario Sergio, Matheus Lugo e Wesley Leite.

Na remontagem, os dois personagens principais – Castro e Castelo – estarão sentados à mesa de uma confeitaria e contracenam com as sombras do passado projetadas em uma tela de fundo. O texto proporciona ao público uma viagem ao princípio do século XX, mas com uma notória atualidade. A interação entre as cenas reais e as memórias em técnicas de sombra sugere uma nova preferência em montagens alternativas no Município.

FIC Pantanal

Criado em 2009 pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, por meio da Lei nº. 2.135, o Fundo de Investimentos Culturais do Pantanal (FIC Pantanal) é um instrumento de execução da política municipal de cultura, criado especificamente para apoiar projetos culturais, de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, a fim de estimular e fomentar a produção artístico-cultural de Corumbá.

Entre as finalidades do FIC/Pantanal estão o apoio à criação, produção, valorização e difusão das manifestações culturais com base no pluralismo e na diversidade de expressão; promoção do livre acesso da população aos bens, espaços, atividades e serviços culturais; estimular o desenvolvimento cultural do município em todas as suas regiões, de maneira equilibrada, considerando o planejamento e a qualidade das ações culturais.

Além disso, também apoia ações de preservação e recuperação do patrimônio cultural material e imaterial do município; incentiva a pesquisa e a divulgação do conhecimento, em especial sobre a organização da cultura e a renovação das linguagens artísticas; incentiva o aperfeiçoamento de artistas e técnicos das diversas áreas de expressão da cultura; promove o intercâmbio e a circulação de bens e atividades culturais com outros municípios, destacando a produção corumbaense, e valorizar os modos de fazer, criar e viver dos diferentes grupos formadores da sociedade.

Em agosto deste ano, a Prefeitura de Corumbá fez a certificação dos seis projetos contemplados com recursos do FIC Pantanal. “Mesmo com todas as dificuldades que o Município atravessa e a crise pela qual o país passa, estamos cumprindo com as nossas obrigações”, destacou o diretor-presidente da Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, Luiz Mário do Nascimento Cambará, na época.

Este ano, o valor total da premiação foi de R$ 65 mil. Foram três premiados com a quantia de R$ 15 mil cada; dois receberam prêmio de R$ 7.500 cada e um projeto recebeu R$ 5 mil. Os projetos habilitados passaram pelo crivo da Comissão de Análise de Mérito e Seleção durante a avaliação de mérito. A Comissão foi composta paritariamente, seguindo o disposto na Lei nº 2.464/2014 (do Sistema Municipal de Cultura), e contou com seis membros, três vinculados à Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico e três sem vinculação com o governo municipal.

Sobre o autor

Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e escritor que publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.

A maior parte de sua obra foi redescoberta e publicada em livro após sua morte por meio do esforço de Francisco de Assis Barbosa e outros pesquisadores, levando-o a ser considerado um dos mais importantes escritores brasileiros. Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais.

Lima Barreto torna-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização. A obra prima de Lima Barreto, não perturbada pela caricatura, foi “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, nela o autor conta o drama de um velho aposentado, O Policarpo, em sua luta pela salvação do Brasil.

Afonso Henriques Lima Barreto com seu espírito inquieto e rebelde e com seu inconformismo com a mediocridade reinante, se entrega ao álcool. Suas constantes depressões o levam duas vezes para o hospício. Lima Barreto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 01 de novembro de 1922.


 

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