Lideranças da comunidade indígena Guató, acompanhadas pelo Coordenador Técnico Local da Fundação Nacional do Índio (Funai), compareceram à Procuradoria da República no Município de Corumbá para protestarem contra a divulgação de informações inverídicas que jornais do estado veicularam sobre a comunidade Guató.
Durante a semana, veículos de comunicação divulgaram que a comunidade havia cobrado de membros do projeto Rondon para autorizar visita à aldeia Uberaba, no início da semana. A comunidade esclarece que não havia autorização da Funai ou da liderança indígena para a atividade, mas que, ainda assim, o cacique autorizou verbalmente a reunião dos membros do projeto com a comunidade, disponibilizando a Igreja da comunidade para realizar a reunião. Que os estudantes e pesquisadores do projeto Rondon visitaram as casas da comunidade e realizaram atividade com as crianças. Que em nenhum momento foi cobrado qualquer valor ou produto para autorizar as atividades.
Outra reportagem divulgou assistência que um grupo de Organizações Não Governamentais prestou à senhora Júlia Caetano, com 110 anos de idade, membro da comunidade indígena guató. As lideranças indígenas esclarecem que não autorizaram a divulgação de imagens da senhora Júlia em sua casa e no leito do hospital, bem como não concordam com a informação que a comunidade guató encontra-se desassistida e que sua língua encontra-se em vias de extinção. A comunidade esclarece que a senhora Júlia e seu filho Vicente encontram-se desaldeados por livre e espontânea vontade e que ONGs e imprensa devem respeitar as opções de vida da comunidade e de cada um de seus membros.
A Funai, por seu coordenador técnico local, Valmir Cabrocha Brites Rocha, esclarece que a autarquia tem prestado apoio regular à comunidade guató, obtendo o registro civil, certidões de nascimento, casamento e óbito dos seus membros e assegurando o gozo dos direitos previdenciários, como salário-maternidade, aposentadoria e benefícios assistenciais. O coordenador técnico informa que permaneceu na aldeia Uberaba durante todo o mês de janeiro de 2011, retornando à aldeia no mês de março. O coordenador esclareceu ainda que não foi contactado por órgãos de imprensa, ONGs ou membros do projeto Rondon sobre qualquer dos fatos e atividades divulgados.
O procurador da República Wilson Rocha Assis instaurou inquérito civil para apurar a ocorrência de danos morais coletivos em prejuízo da imagem da comunidade Guató. Os envolvidos serão oficiados para prestar esclarecimentos. (MPF)
Por: Da Redação