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Cemitérios Santa Cruz e Nelson Chamma serão reformados e licenciados

Os cemitérios Santa Cruz e Nelson Chamma serão reformados pela Prefeitura de Corumbá. Equipe de engenharia e arquitetura da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) trabalha nos projetos e na análise técnica para licenciamento ambiental dos dois locais. Atualmente a pasta é gerida pelo engenheiro Ricardo Campos Ametlla. A intenção é oferecer aos visitantes ambiente com organização melhor, atendimento com mais qualidade e dignidade, além de aprimorar as condições de trabalho dos profissionais que atuam nesses locais. A autorização para início de procedimento licitatório foi assinada pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira na noite desta quarta-feira, 20 de setembro.

Conforme a arquiteta urbanista Lígia Urdan, superintendente de Obras Públicas da Seinfra, o que está sendo feito no Cemitério Santa Cruz é o resgate do projeto arquitetônico elaborado na antiga gestão do prefeito Ruiter Cunha de Oliveira. No ambiente, o jardim de entrada será revitalizado, a parte externa do muro será reformada, as grades serão restauradas e pintadas. Uma logomarca com o desenho do portal de entrada foi elaborado para caracterizar o cemitério. Os nomes das quadras foram mantidos e, para melhor identificação dos túmulos, as ruas receberam numerais. Cada esquina ganhará placa com nome da quadra e número da rua.

Alguns cruzamentos de ruas do cemitério vão receber desenho de mosaico no chão. “Está sendo feito também o licenciamento ambiental que não existe e que prevê uso e análise do solo. Estamos licitando isso. É uma atividade técnica para ver a contaminação do solo e como vamos trabalhar daqui para frente”, explicou a arquiteta.

Quanto ao Cemitério Nelson Chamma, Lígia Urdan afirmou que o projeto arquitetônico que pretende modificar parte da estrutura do local está pronto para abrir processo licitatório, faltando ainda projetos complementares. “O arquiteto que desenhou o cemitério se inspirou no desenho de um coração com suas artérias, no final da década de 1980. No entanto, com esse formato é muito difícil organizar um ambiente como este. Além disso, como temos um problema com relação ao lençol freático naquele local, a melhor forma de resolver a questão sanitária do cemitério foi verticalizando sua estrutura”.

Na parte do cemitério Nelson Chamma que já não recebe mais túmulos será instalado bloco com jazigos verticais. “O projeto propõe uma área central com uma grande praça e essa será a primeira ala a ser construída, apropriada para 1.200 jazigos, que serão feitos por etapas. Vai ser sinalizado e o cemitério ganhou uma logomarca, que é uma garça, ave típica do Pantanal. As placas de concreto vão indicar as ruas e as quadras e o cemitério será dividido em ala oeste e leste, com isso, a família poderá identificar com mais facilidade onde está cada jazigo. Na frente de cada túmulo, haverá a logomarca do cemitério e o número de identificação e o nome da pessoa”, explicou Lígia Urdan.

O cemitério que fica localizado na rodovia Ramon Gomez também passa por processo de licenciamento ambiental e será adequado de acordo com as necessidades. Projeto de decomposição aeróbica, relativo ao saneamento, seguirá normas técnicas para preservação do meio ambiente. O projeto arquitetônico e de sinalização orientativa dos cemitérios foi desenvolvido pela arquiteta urbanista Ana Paula Badari, da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos. O valor estimado para a reforma no Santa Cruz é de R$ 314 mil e no Nelson Chamma é de R$ 100 mil por bloco, serão 14 blocos, no total de R$ 1,4 milhão.

Seinfra realiza projeto de digitalização de livros de cemitério

Atualmente há aproximadamente 43 mil registros no cemitério Santa Cruz referentes a pessoas sepultadas no local e títulos de aforamento. Os nomes estão catalogados em cerca de 12 livros e pastas, cujo registro mais antigo data de 1936. Percebendo a deterioração dos livros, o engenheiro eletricista Luiz Fernando Moreira, gerente de Serviços Públicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, iniciou projeto de digitalização desses documentos.

“Os livros estão sendo digitalizados e os registros colocados em uma planilha de excell, mas, devido à deterioração, há nomes que não conseguimos entender”, disse Luiz Fernando. A ideia é que, ao ser concluído o processo de digitalização, os registros estejam disponíveis nesse formato no setor administrativo dos cemitérios.

O engenheiro trabalha no setor há três anos com outro servidor, Ênio Moura, chefe de serviços funerários. “Queremos colocar isso no máximo possível de clareza e transparência porque quem tem lote lá costuma dizer que é proprietário, mas na verdade não é, é apenas aforado. Quem tem túmulo ali é por aforamento, ou seja, você utiliza espaço público com direito a passar para seus descendentes. Aqui em Corumbá não tem ainda cemitério particular”, disse Ênio.

As fotografias dos documentos estão sendo feitas por dois funcionários do cemitério há cerca de três meses e que cotidianamente realizam o trabalho de digitalização e digitação dos nomes.

Reformas nos cemitérios beneficiam população e servidores

Luiz Fernando Moreira explicou que a manutenção no Santa Cruz e no Nelson Chamma é realizada constantemente. A roçada é feita a cada 40 dias, em períodos secos. Em tempos de chuva, a cada 25 dias ou quando necessário. A manutenção da iluminação do Santa Cruz e do Nelson Chamma também é feita, além da conservação dos banheiros. Equipe de coveiros realiza trabalho de exumação dos corpos. Os resíduos são coletados por empresa terceirizada supervisionada pela Secretaria de Infraestrutura.

“A gente vem batalhando na melhoria dos dois cemitérios há três anos e agora conseguimos sensibilizar nossos superiores sobre a importância de se reformar esses locais porque são duas áreas muito visitadas e que as pessoas já vão para lá sensibilizadas. É importante que o ambiente seja o menos desfavorável possível. Temos o compromisso de manter os cemitérios limpos, com banheiros funcionando, e se tiver caindo uma telha a gente repõe. Frequentemente fazemos as inspeções para realmente ter um ambiente melhor”, garantiu Luiz Fernando.

Ele afirmou que a reforma também vai melhorar as condições de trabalho dos 16 servidores que atuam nos dois cemitérios e, consequentemente, haverá atendimento melhor ao público. “Quando o coveiro ou o encarregado atende uma pessoa já é um diálogo difícil porque existe todo esse processo doloroso que conhecemos. As pessoas que lá trabalham vivem isso o dia inteiro”, disse Luiz Fernando. “A reforma que estão propondo será melhor para a rotina interna do cemitério, no que diz respeito ao sepultamento, exumações e condições sanitárias. Óbvio que, com a estrutura melhorando, vamos precisar fazer menos manutenção, contudo, não deve haver mudanças na periodicidade da roçada e inspeção na iluminação”, completou.

Ênio Moura, chefe de serviços funerários da Sisp, afirmou que todas as medidas que estão sendo tomadas são previstas na licença ambiental. “Estamos seguindo rigorosamente o que está previsto na licença, sem contar a melhoria no aspecto de segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores que atuam no Nelson Chamma. Só para citar um exemplo, vamos passar a trabalhar em piso pavimentado, de concreto, vai acabar aquela lama que tem poder de contaminação biológica muito grande. Vai ficar, sem dúvidas, bem melhor”, frisou Ênio.

“Não tem nenhum mistério em se trabalhar com isso”, afirmou o servidor. “Tentamos de todas as formas oferecer, dentro do que podemos, uma condição de atendimento no que é o principal para as pessoas que procuram, que é a questão da documentação e do próprio ato do sepultamento. Essas reformas, além de uma exigência ambiental, visam muito à questão de oferecer uma estrutura melhor para o público”, finalizou Ênio Moura.

O servidor lembrou que para inibir furtos que têm ocorrido no interior do cemitério Santa Cruz, foi iniciado processo de instalação de câmeras. A primeira foi inserida na quina do muro do lado da rua Edu Rocha com a alameda da Praça Nossa Senhora de Urkupiña. Todos os dias, os dois cemitérios recebem muitas visitas. Em datas especiais, como Páscoa, Dia dos Pais, Dia das Mães e Natal, circulam por eles cerca de dez mil pessoas.


 

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