A Prefeitura de Corumbá inicia nesta terça-feira (17), uma nova ação de vigilância e controle da doença de Chagas nos assentamentos localizados na zona rural do Município. Os trabalhos serão desenvolvidos por uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria de Saúde, e vai atingir também o Distrito de Albuquerque e outras localidades.
É o que informa a bióloga sanitarista Grace Bastos, supervisora do CCZ, destacando que, nesta terça, a ação acontece no Assentamento São Gabriel e no Distrito de Albuquerque, com a supervisão de uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde até o dia 20. A partir de então, o trabalho terá supervisionado pela própria Grace, juntamente com a bióloga Andréia M. Victório, também do CCZ.
Grace informou que o programa será desenvolvido até o mês de setembro, podendo se estendido de acordo com a necessidade. Explicou que todo material coletado será encaminhado ao Laboratório de Entomologia do CCZ, para identificação da espécie infestante.
A ação, conforme ela, será para avaliar o índice de infestação por barbeiros em domicílios urbanos e rurais de Corumbá, para adoção de estratégias que culminem com a redução dos casos ocorrentes; prevenir a ocorrência da doença de Chagas na população humana; controlar a expansão populacional dos barbeiros, através de controle mecânico e químico com inseticida (borrifação) nas casas positivas onde o barbeiro for encontrado.
“Vai nos permitir também reconhecer quais fatores propiciam a permanência da infestação destes vetores nos domicílios e desenvolver programas de educação sanitária e de participação da comunidade na luta contra a doença e transmissão da tripanossomíase em parceria com as equipes da Estratégia de Saúde da Família da Zona Rural”, explicou a bióloga.
A doença
A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário cinetoplástida flagelado Trypanosoma cruzi, e transmitida por insetos, conhecidos no Brasil como barbeiros, ou ainda, chupança, fincão, bicudo, chupão, procotó, da família dos Reduvídeos (Reduviidae), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus.
Os sintomas da doença podem variar durante o curso da infecção. Nos primeiros anos, na fase aguda, os sintomas são geralmente lentos, pouco mais do que inchaço nos locais de infecção. À medida que a doença progride, durante até cinquenta anos, os sintomas tornam-se crônicos e graves, tais como insuficiência cardíaca e desordens do sistema digestivo.
Se não tratada, a doença crônica é muitas vezes fatal. Os tratamentos medicamentosos atuais para esta doença são pouco satisfatórios. Os medicamentos tem efeitos colaterais significativos e são, muitas vezes, ineficazes, em especial na fase crônica da doença. Pacientes em estado grave são muitas vezes encaminhados ao transplante cardíaco, porém não há cura para a doença.
Por: Da Redação