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Articulação Agro é Fogo promove incidência política sobre o processo de devastação no Pantanal

Representantes de movimentos, comunidades tradicionais e entidades que integram a Articulação Agro é Fogo estarão no Mato Grosso do Sul entre os dias 12 e 13 de novembro de 2024 para denunciar e sensibilizar a sociedade sobre a problemática dos incêndios criminosos que ocorrem no Pantanal. O bioma foi o que mais sofreu com os incêndios em quatro décadas, atingindo quase 60% do bioma, e a ação humana segue como a principal causa, de acordo com o estudo do MapBiomas.

As ações objetivam chamar a atenção do poder público e da sociedade civil para o agravamento progressivo das queimadas criminosas no Pantanal, a formulação de estratégias coletivas para a prevenção e o enfrentamento ao processo de devastação, bem como, denunciar os impactos que as cicatrizes do fogo deixam nas comunidades tradicionais e nos territórios indígenas.

A agenda de ações contempla a realização do Seminário Ecoando as vozes do Pantanal na defesa dos territórios de vida e da sociobiodiversidade”, que ocorrerá no dia 12 de novembro (Dia do Pantanal); e de uma Audiência Pública intitulada “O impacto dos incêndios nos modos de vida, saúde, segurança alimentar e renda das comunidades tradicionais pantaneiras”, agendada para o dia 13 de novembro.

As atividades ocorrerão no município de Corumbá (MS) e contará com a participação de representantes de povos originários e comunidades tradicionais do Pantanal, pesquisadoras e pesquisadores, e organizações sociais que compõem a Articulação Agro é Fogo. Nesse período, a Articulação também lançará uma campanha nacional de combate a devastação do Pantanal.

Considerada a área mais alagada do mundo, sua destruição significa impactos à vida dos povos e comunidades tradicionais pantaneiros, a morte da sociobiodiversidade e dos recursos naturais da região. Fatores que se intensificaram com a seca prolongada e as queimadas criminosas, o que acelera as mudanças e desequilíbrio climático na região. De acordo com o Monitor do Fogo, no Pantanal, a área queimada entre janeiro e setembro de 2024 aumentou 2.306% em comparação à média dos cinco anos anteriores. Foram queimados 1,5 milhão de hectares nos primeiros nove meses do ano.

Segundo o Dossiê da Articulação Agro é Fogo, o avanço da agropecuária no Pantanal, junto a ações políticas do Estado e ausência de políticas públicas efetivas de combate e fiscalização dos incêndios, vêm, por anos, acionando o contexto atual. Desde 2020, os incêndios têm atingido áreas no entorno do Rio Paraguai, que antes eram permanentemente alagadas, mas depois de 2019 apresentam períodos de seca que deixam a região suscetível ao fogo como foi registrado nos incêndios recentes.

Em comparação ao mesmo período em 2023, de acordo com dados do  Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE Queimadas), houve um aumento, esse ano, de 716% nos focos de calor no Pantanal. Foi o bioma que mais queimou em comparação aos outros. E, considerando que se trata do menor bioma do Brasil, a situação de devastação é acelerada. Corumbá, que é o maior município do bioma, foi onde 72% da área queimada foi afetada duas ou mais vezes,  e também foi onde mais se perdeu a superfície de água em 2024, em comparação a 2021.

Conforme nota técnica do Mapbiomas, o Pantanal foi o bioma que mais secou ao longo da série histórica. Em 2023, o bioma  apresentou uma superfície de água anual de 381 mil hectares, o que representa uma redução de 61% em relação à média histórica. Comparado a 2018, o ano da última grande cheia do bioma, a superfície de água em 2023 foi 50% menor. O período de seca antecedeu o atual cenário de incêndios em 2024.

Os eventos ocorrerão no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), campus Corumbá, e terá a presença de povos e comunidades tradicionais pantaneiras, jornalistas e autoridades locais. A atividade é aberta ao público.

A Articulação Agro é Fogo reúne mais de 50 movimentos, organizações e pastorais sociais que atuam há décadas na defesa da Amazônia, Cerrado e Pantanal e seus povos e comunidades. Surgiu como reação aos incêndios florestais e queimadas criminosas que assolaram o Brasil em 2019 e 2020 e, desde então, denuncia que, no caso dos incêndios, o fogo está ligado à cadeia do agronegócio, à grilagem e ao desmatamento. Além disso, traz o anúncio de povos e comunidades tradicionais que resistem em seus territórios e que utilizam o fogo como prevenção dos incêndios e gerador de vida, com cuidado e respeito.

Serviço:

Articulação Agro é Fogo promove incidência política sobre o processo de devastação no Pantanal

Seminário “Ecoando as vozes do pantanal na defesa dos territórios de vida e da sociobiodiversidade”

Data e horário: 12/11, 8h às 17h (MS) | Local: IFMS – Rua Pedro de Medeiros, 941, Bairro Popular Velha – Corumbá/MS

Audiência Pública – O impacto dos incêndios nos modos de vida, saúde, segurança alimentar e renda das comunidades tradicionais pantaneiras.

Data e horário: 13/11, 8h às 12h (MS) | Local: IFMS – Rua Pedro de Medeiros, 941, Bairro Popular Velha – Corumbá/MS

*Assessoria de Imprensa

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