Extremamente positiva. Esta foi a avaliação do vereador Chicão Vianna e da vereadora Nanah Cordeiro, autores da audiência pública que ocorreu na noite de ontem, terça-feira, 8, no Plenário “Dr. Léo de Medeiros Guimarães”, da Câmara de Corumbá, oportunidade em que foram debatidos questões ligadas ao sistema energético do Município de responsabilidade da Energisa, concessionaria responsável pelos serviços no Mato Grosso do Sul.
Foram 3h25 minutos de intenso debate com participação de vereadores da Casa de Leis, de representantes da Energisa, Prefeitura, de deputada estadual, bem como de segmentos da sociedade e da população, especialmente pequenos produtores rurais dos assentamentos existentes na região pantaneira.
E o resultado não poderia ter sido melhor. Hoje mesmo, equipes da Energisa iniciam levantamento do sistema de transmissão de energia dos assentamentos de Corumbá que, nos últimos anos, tem causado transtornos e prejuízos aos pequenos produtores rurais.
O anúncio foi feito no final da audiência pelo coordenador de Grandes Clientes da empresa, Dian Cleiton de Brito, que representou a Energisa no evento. No início ele fez uma explanação sobre os investimentos previstos para o Mato Grosso do Sul, citou que uma das principais causas das quedas de energia em Corumbá está relacionada às árvores, cujos galhos ficam entrelaçados à rede de energia, causando problemas que acabam afetando o consumidor.
Informou que as podas já foram iniciadas e que a atual administração municipal está sendo parceira, autorizando os serviços sem a mesma burocracia enfrentada durante a administração passada.
CRÍTICAS
O representante da empresa também foi criticado pelos integrantes do Poder Legislativo corumbaense, começando pelo vereador Edinaldo Neves que questionou o fato de ter apresentado um plano de investimento no Mato Grosso do Sul, sem que Corumbá seja contemplado. “Estamos aqui para debater, buscar soluções para os problemas que afetam o nosso município, e não vi a região ser citada nesse plano”, enfatizou.
Matheus Cazarin rebateu a informação de que as árvores são as principais causas dos constantes piques de energia, afirmando que mora em uma região que o transformador havia sido trocado, sem arborização adequada, e que, após problema, todos ficaram mais de 15 horas sem energia.
Tanto ele, como Jovan Temeljkovitch, Elinho Junior, Samyr Sadeq, Hanna Santana, Edinaldo e Hesley Santana, concordam que são necessários investimentos para eliminar os problemas que tem causado transtornos e prejuízos à população. Samyr, por exemplo, afirmou que, além das quedas de energia, é necessário melhorar o sistema de atendimento na cidade, hoje terceirizado, “que não resolve nada e fica dependendo de Aquidauana, para onde encaminham as demandas e ficam aguardando as respostas que, muitas vezes, não chegam”.
PREJUÍZOS AO CONSUMIDOR
Durante a audiência foram feitos vários questionamentos e um que chamou a atenção foi justamente em relação a prejuízos causados pelas quedas de energia. Pequenos produtores rurais relataram perda de alimentos perecíveis devido a queima de aparelhos como refrigeradores, entre outros.
Nesse caso, a representante do Procon, Vanessa Gomes, observou que o consumidor tem seus direitos garantidos pelo Código do Consumidor e pela Resolução Normativa ANEEL nº 1.000/2021, que estabelece as regras para a prestação do serviço de distribuição de energia elétrica. Informou que o primeiro passo é comunicar o ocorrido à empresa pelos canais competentes, dentro dos prazos estabelecidos, para agendar visita de averiguação do ocorrido, fundamental para andamento do processo.
Conforme os produtores, a perda de alimentos ocorre principalmente pela demora para recuperação do sistema energético, com a energia sendo restabelecida após longas horas.
ZONA RURAL
A audiência foi importante também para que os consumidores pudessem ser ouvidos, tanto residentes na área urbana, como na rural. Foi o caso de Cicero Soares Pereira, do Assentamento Taquaral. Ele fez a leitura de uma carta endereçada às autoridades, onde cita que a grande prioridade é “melhorar a qualidade da energia nas redes existentes nos assentamentos”.
Citou que existem mais de 400 km de rede de distribuição nos assentamentos, mas que mais de 1.500 famílias sofrem com a falta de energia, já que postes de eucalipto caem constantemente, interrompendo o fornecimento de energia. “Precisam ser substituídos por postes de concreto, assim como trocar os transformadores por de maior potência”, ressaltou lembrando que é preciso ainda melhorar o atendimento ao consumidor, fazer podas de árvores existentes embaixo das redes.
PLANO DE AÇÃO
Na parte final da audiência, Dian de Brito, que passou grande parte das 3h25 fazendo anotações, além de responder os questionamentos dos presentes, informou que foi bastante produtivo o evento. Agradeceu a oportunidade fazer esclarecimentos e que o objetivo foi justamente ouvir as demandas que vão ser analisadas de forma criteriosa, contribuindo assim para estabelecimento de plano de ação para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população.
Nanah Cordeiro também destacou a importância da audiência, principalmente devido ao início de ações para melhoria dos serviços, começando com o levantamento dos problemas na zona rural, nos assentamentos, distritos (Albuquerque e Porto Esperança também sofrem com as quedas de energia).
Se dispôs, inclusive, a acompanhar a equipe da Energisa nos trabalhos que serão iniciados nos assentamentos de forma imediata, e disse estar confiante no desenvolvimento de ações necessárias por parte da Energisa, para melhorar o serviço em Corumbá.
*Informações da Assessoria de Comunicação