Corumbá

Após audiência, autoridades buscam recursos para obras de segurança das pontes

 

Corumbá (MS) – A cidade de Corumbá avança para assegurar melhor infraestrutura e segurança das pontes sobre o Rio Paraguai, em especial à da BR 262, na região do Morrinho, e a de captação de água bruta na área urbana da cidade. A audiência pública realizada na última sexta-feira, 07 de abril, à tarde na Câmara Municipal, mostrou que as autoridades competentes já estão trabalhando visando a execução de obras necessárias para garantir a segurança da hidrovia, evitando assim, desastres que poderiam deixar a região ilhada por terra, e a maior cidade pantaneira sem água.

“Saímos daqui satisfeitos com o resultado alcançado. Apesar da ausência da ALL, responsável pelo sistema ferroviário, o que não nos permitiu discutirmos a questão da ponte ferroviária de Porto Esperança, podemos dizer que estamos avançando na questão da segurança da ponte rodoviária do Morrinho, na BR 262, e na da captação de água bruta, existente na área urbana de Corumbá. Já existem projetos e a luta agora é buscar a liberação dos recursos para execução das obras necessárias”, declarou o vereador Domingos Albaneze Neto (PV), que organizou a audiência pública.

A satisfação demonstrada por Domingos se deve às informações prestadas durante o evento por parte da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), e pela Administração da Hidrovia do Rio Paraguai (Ahipar), que já estão com projetos em andamento para garantir maior segurança das pontes de captação de água bruta e da BR 262.

“Já estamos com um projeto no Ministério das Cidades para construção dos dolfins e encamizamento dos pilares de sinalização da ponte de captação de água, no encontro do Canal do Tamengo com o Rio Paraguai”, revelou Eduardo Duque, gerente regional da Sanesul. “O projeto, no valor de R$ 16 milhões, foi protocolado no ano passado no Ministério e estamos aguardando a liberação de recursos para executarmos a obra necessária”, continuou.

Ele revelou que o projeto prevê construção de quatro dolfins de proteção para garantir a navegação, principalmente das barcaças que transportam produtos (grãos principalmente) oriundos da Bolívia. Foi mais além informando que a Sanesul conta inclusive com um Plano de Contingência elaborado e já protocolado no Ministério Público, para ser aplicado em caso de desastre. “Resta reunir os atores para fazermos a simulação e estarmos preparados para qualquer emergência”, completou.

Reconstrução de dolfin

Outra boa notícia é que a Ahipar está com projeto em andamento no Ministério dos Transportes, para reconstrução do dolfin danificado após acidentes ocorridos na região da ponte sobre o Rio Paraguai, na BR 262, no Morrinho. A revelação foi feita pelo coordenador geral do órgão na cidade, Marcos Henrique Derzi Wasilswski.

“Foi o primeiro procedimento que adotamos quando assumir a direção da Ahipar. Entramos em contato com o DNIT e tratamos desta questão. A obra de reconstrução do dolfin da ponte do Morrinho será com recursos do Ministério dos Transportes e deverá ser licitada em breve”, anunciou. Ele acredita que o início dos serviços acontece ainda este ano e o valor do investimento é de R$ 3,5 milhões.

Dolfin de alinhamento

Apesar da boa notícia da Ahipar, a preocupação com a ponte do Morrinho continua. As autoridades presentes à audiência pública de sexta-feira, acreditam que é preciso mais equipamentos de segurança na região. Domingos relevou que no último dia 1º de abril, novo acidente ocorreu no local, e que há inclusive risco de queda da ponte.

Por isso mesmo há necessidade de outras intervenções no local, como a execução do projeto feito pela empresa de mineração Vale, por meio do Instituto de Pesquisa Tecnológico de São Paulo. Olemar Tibães, gerente da Vale em Corumbá, participou da audiência e já informou que, tão logo o conselho administrativo aprove, irá repassar cópias do projeto, junto com o memorial descritivo, para o 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil, para a Ahipar, e para a Câmara de Vereadores.

“O projeto prevê a construção de dolfins de alinhamento para eliminarmos qualquer tipo de risco”, disse Olemar, lembrando que a Vale, hoje, utiliza esse trecho da hidrovia apenas duas vezes por mês, já que a empresa conta com uma estrutura em Porto Esperança.

Fechamento da hidrovia

O deputado estadual Beto Pereira participou da audiência e disse que vai levar o assunto direto ao governador Reinaldo Azambuja e demais autoridades competentes. “A preocupação existe. Corumbá e Ladário correm risco de ficarem ilhadas”, afirmou, falando inclusive em fechamento da hidrovia “até que os órgãos competentes solucionem os problemas. Sabemos da necessidade, da importância da hidrovia, mas estamos diante de um problema sério”, ressaltou, reafirmando que vai levar o assunto ao Governo, para buscar uma solução definitiva.

A audiência permitiu ainda um amplo debate sobre assuntos ligados à fiscalização da hidrovia; das embarcações; quem são os responsáveis pela liberação do transporte de cargas; se as empresas responsáveis pela destruição do dolfin e colisão com a ponte, foram penalizadas, multadas, etc.

“Vamos continuar atentos, trabalhando para resolvermos este problema. O próximo passo agora é buscarmos as autoridades competentes, tanto do Governo Estadual, como nossos parlamentares em Brasília, para viabilizarmos recursos necessários, visando execução das obras previstas nos projetos debatidos durante a audiência”, disse Albaneze. “Lamentamos apenas não termos discutido o caso da ponte de Porto Esperança, devido à ausência de representantes da ALL que, apesar de convidados, não compareceram”, concluiu.

A audiência contou com a participação de um bom público e inúmeras autoridades, entre elas o Capitão de Mar e Guerra, Fernando Pereira de Almeida, representando o comando do 6º Distrito Naval; o Capitão de Fragata Pita Lopes Medeiros, da Capitania dos Portos; engenheiro Luís Mário Anache, da Agesul, que representou a Secretaria de Estado de Infraestrutura; Renato Lima, secretário de Industria, Comércio e Produção Rural, representando o prefeito Ruiter Cunha; vereadores Rufo Vinagre, Tadeu Vieira e André da Farmácia, de Corumbá, além de Aguinaldo dos Santos e Osvalmir Nunes da Silva, o Baguá, de Ladário.

 

Por: Da Redação