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Apicultura incrementa pesquisas na região com análise de plantas

Auditório da Embrapa durante evento

Pesquisas sobre apicultura na Embrapa Pantanal estão entrando em uma nova fase. Projeto recém-aprovado pelo pesquisador Vanderlei dos Reis prevê a análise fitoquímica de plantas apícolas.

A Embrapa Pantanal investe em pesquisas sobre apicultura há quase dez anos. Até o momento, Vanderlei e sua equipe já obtiveram avanços substanciais, que foram apresentados a um público de aproximadamente 120 pessoas no dia 15 de junho, em uma reunião técnica realizada no auditório Águas do Pantanal, na Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Uma novidade, a análise fitoquímica das plantas, foi apresentada no auditório pelo pesquisador Aurélio Borsato. Segundo ele, todas as plantas que têm óleos essenciais são apícolas. Óleos essenciais são uma classe de substâncias químicas de plantas que produzem aromas. Podem ser considerados princípios ativos. “Esses óleos podem ser aproveitados para a produção de perfumes, sabonetes e outros”, explicou Aurélio.

A intenção de Aurélio é investigar se as plantas apícolas do Pantanal possuem óleos essenciais que possam gerar alternativa de renda para o apicultor. Aromas interessam não só à indústria cosmética, mas também à alimentícia.

“Sabemos que algumas dessas plantas já estão sendo usadas como repelentes e bactericidas na agricultura”, disse Aurélio. O projeto vai levantar o potencial de uso dessas plantas.

Outro pesquisador envolvido com o projeto é Marçal Henrique Amici Jorge. Ao mostrar resultados da primeira fase ao público interessado, ele falou das técnicas de propagação de plantas apícolas de maneira bem prática e descontraída.

A palestra aconteceu na Casa de Vegetação da Embrapa Pantanal. Assim, vários tipos de recipientes, substratos, materiais, utensílios e ferramentas, bem como a própria estrutura de produção de mudas puderam ser visualizadas pelos participantes. “Várias pessoas perguntaram, argumentaram e relataram casos específicos, o que enriqueceu sobremaneira o conteúdo da apresentação”, disse Marçal.

O pesquisador André Steffens, que trabalha com socioeconomia, fez uma interessante abordagem sobre como os apicultores podem controlar as despesas e os ganhos com a atividade. Segundo ele, esse controle deve ser simples, mas é fundamental para o sucesso do empreendimento.

Suzana Salis, também da Embrapa Pantanal, falou sobre o processo de construção do calendário apícola, que durou três anos. “Esse era o tempo mínimo que precisávamos para acompanhamento, coletas, secagem, armazenamento e identificação das plantas”, explicou.

Segundo ela, foram identificadas 206 plantas apícolas na região da fazenda Band’Alta, no começo da estrada-parque. Desse total, 86 são ervas, 44 árvores, 44 arbustos e 24 trepadeiras.

Levantamento semelhante está sendo realizado em assentamentos da região de Corumbá, que fazem fronteira com a Bolívia, mas as coletas vão continuar até novembro. A continuação do projeto anterior vai durar mais três anos e resultará em um novo calendário apícola. “Apesar de áreas geograficamente próximas, os dois calendários serão distintos”, disse Vanderlei.

O pesquisador, que lidera os dois projetos, fez um histórico de toda a pesquisa desenvolvida pela Embrapa Pantanal na área. Segundo ele, as coletas de plantas são realizadas a cada 15 dias. “Estagiários ajudam nesse trabalho, verificando se as abelhas coletam pólen, néctar ou resina dessas plantas”, afirmou.

Utilizando imagens de satélites, o pesquisador mostrou a localização dos apiários onde são feitos os levantamentos. Com fotos, ele apresentou o trabalho de campo, produtos e subprodutos da apicultura e parte da estrutura necessária para a pesquisa, como uma estação meteorológica automática instalada no assentamento Taquaral.

A reunião do dia 15 serviu também para que agricultores familiares da região apresentassem demandas à Embrapa Pantanal. “Muito do que eles solicitaram já está sendo realizado. Para atender outras necessidades, estamos ampliando as parecerias.” Um exemplo é a oferta de cursos de capacitação, que só será possível com a parceria do Sindicato Rural.

São parceiros dos projetos de pesquisa a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), a Fundação de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário de Corumbá, a Associação dos Apicultores do Pantanal, a Associação dos Apicultores da Agricultura Familiar de Corumbá, o Sindicato Rural de Corumbá, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a Prefeitura de Corumbá.

 

Por: Da Redação

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