“Eu nem sabia direito quais aulas eu teria aqui. Entrei achando que aprenderia street dance”, lembra ex-aluno e hoje professor de violão, Maycon Vianna. Ele foi da primeira turma de crianças e adolescentes do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, em 2005.
Durante os dois primeiros anos da criança no instituto, ela aprende um pouco de tudo, tanto de música e dança quanto de tecnologia. Só depois que decide onde quer se especializar. Quando Maycon descobriu que teria aulas de balé, ficou apavorado. “Eu só conseguia pensar: como é que eu vou contar para o meu pai?”, ele revela, rindo. Ele diz que, apesar disso, até gostava do balé, mas foi o violão que realmente o encantou.
Com o passar do tempo, Maycon descobriu os instrumentos regionais, onde se destaca até hoje. Começou com a viola de cocho, sob a tutela da professora Leidiane Garcia. Segundo o professor, era uma época em que a tradição da viola de cocho estava se perdendo. Depois, passou a se interessar pela viola caipira. “O Almir Sater doou uma viola caipira para o Moinho, que estava parada há anos e ninguém tocava. Fui fazendo cursos, tocando sozinho até me aperfeiçoar”, lembra o professor.
De aluno a professor
Em 2010, depois de cinco anos de estudo, Maycon foi convidado para ser monitor das aulas de violão. Mas, logo depois, a professora titular entrou para o mestrado e indicou Maycon para a posição. “Não tive muita aceitação no primeiro ano, porque eu precisava me impor aos meus amigos. Foi praticamente uma mudança do dia para a noite, e todo mundo, inclusive eu, precisou de um tempo para se acostumar com a ideia”, confessa ele.
Agora, quatro anos depois, ele abraçou a turma dos alunos mais novos do Moinho, o que tem dado certo. “Procuro mostrar que, assim como eles, eu também já fui aluno, que cresci e me formei aqui, e que dá pra tirar um sustento daqui”, explica o professor.
Mas Maycon não quer parar por aqui. O próximo passo é entrar para a faculdade. “Pretendo fazer o curso de música, depois um mestrado em Educação, e trabalhar com música nas escolas”, enumera.
10 anos de Moinho Cultural
Com ênfase na música, dança e educação, o Moinho Cultural desenvolve, desde 2004, ações que promovam a autonomia das crianças e adolescentes que passam pela instituição. Em 10 anos de atividade em parceria com a Vale, o projeto já mudou a vida de mais de 2 mil jovens em situação de vulnerabilidade.
No instituto, as crianças aprendem a tocar instrumentos como piano, violão, viola de cocho, viola caipira, violino, violoncelo, contrabaixo, clarinete, saxofone, flauta transversal, trompa, trompete, trombone, barítono e todos os instrumentos de percussão, além de ter aulas de apoio escolar, informática, educação patrimonial, educação ambiental, ballet clássico, dança contemporânea, dança regional, reportório, história da arte e musicalização.
Por: Da Redação