Pecuarista com propriedade em Corumbá e servidor público federal, Antônio Bezerra da Silva, estaria sofrendo retaliações de fazendeiros envolvidos no conflito de demarcação da reserva dos índios kadiwéu, na região da denominada terra dos índios. Ele foi acusado de furto de gado, durante remanejamento de seu rebanho e, agora, está com sua atividade suspensa por conta de um inquérito policial.
No último dia 14 de julho, quando reconduzia seu rebanho bovino (299 cabeças) de um pasto arrendado na fazenda Independência para sua propriedade, a Reboliço, no baixo Nabileque, Pantanal de Corumbá, o fazendeiro foi cercado por soldados da Policia Militar sob a acusação de furto de gado. Um suposto denunciante acompanhava a ação policial.
Após reter a marcha do gado por dois dias, mantendo-o na fazenda São Domingos, os militares e policiais monitoraram e escoltaram a comitiva, por vias terrestre e aérea, até seu destino. Feita a conferência dos animais, com a presença de funcionários da Iagro, constatou-se que eram de propriedade do acusado e que se encontravam regularmente vacinados, conforme informou seu advogado, Arivaldo Santos da Conceição.
Por conta das denúncias falsas e uma ação policial não esclarecida, o fazendeiro Antônio Bezerra da Silva está impedido de exercer suas atividades na fazenda, inclusive de comprar insumos para seu rebanho, vez que está com sua inscrição estadual suspensa, já tendo adotado as medidas administrativas para sua regularização.
Porém, em razão da falsa imputação a Iagro, que por sua vez aguarda a conclusão da operação policial, não regulariza o cadastro do pecuarista, que poderá ser multado. Recentemente, a secretária estadual de Fazenda abriu uma exceção, autorizando-o, apenas, a comprar vacinas contra a aftosa.
Pirotecnia
O advogado do fazendeiro afirmou que a notícia do falso crime e a operação policial causaram “enormes prejuízos para a honra e moral do seu cliente, afetando sua vida particular e sua vida pública”. Antônio Bezerra teve que prestar esclarecimento ao órgão federal (Funai) onde trabalha e também ao Ibama e ao Sindicato Rural patronal de Bonito, do qual é membro fundador, além de todas as pessoas que o conhecem naquela cidade, onde reside.
O fazendeiro protocolou no comando da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul requerimento buscando saber os nomes das pessoas que imputaram a ele falsamente o crime de abigeato. O advogado afirma que “a notícia (do roubo de gado) espalhou-se de forma distorcida em razão do estardalhaço e pirotecnia desproporcional da ação policial” e que seu cliente tem o direito de saber quem o denunciou. (Informações de Sílvio Andrade)
Por: Da Redação