Corumbá

“A dança prepara para a vida”, afirma bailarino da Companhia Cisne Negro e professor no Moinho Cultural

Joel encarou o desafio de sair de uma grande metrópole pelo amor à dança – e acabou mudando a vida de crianças e adolescentes

 

Joel encarou o desafio de sair de uma grande metrópole pelo amor à dança – e acabou mudando a vida de crianças e adolescentes

Ele era bailarino profissional, dançando pela Cisne Negro Cia. de Dança, morando na gigante São Paulo e tendo uma vida que jovens dançarinos do Brasil inteiro sonham em ter. Mas largou tudo para vir a Corumbá/MS ensinar crianças em situação de vulnerabilidade econômico-social. E, segundo ele, não trocaria por nada.

Essa é a história do professor de ballet Joel de Oliveira e Silva Júnior, de 39 anos. Ele encontrou a dança aos 19 anos – idade tardia para os padrões adotados no meio -, e se descobriu. O passado de atletismo o possibilitou ‘explodir’ rapidamente e, aos 23, já ingressava em uma das maiores companhias de dança do país, a Cisne Negro Cia. de Dança.

Mas, depois de 13 anos, a rotina puxada estava começando a cansar. Foi aí que ele recebeu o convite da idealizadora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, Márcia Rolon, para vir lecionar em Corumbá. “Eu queria uma mudança na minha vida, e a Márcia apareceu na hora certa. Duas semanas depois já estava no Moinho”, lembra ele.

Joel revela que o processo de adaptação foi difícil, mas que as crianças do instituto fazem tudo valer a pena. “Saí de uma cidade enorme para outra com 100 mil habitantes. O choque foi grande, mas o projeto aqui é maravilhoso, cada sorriso já ilumina meu dia. Vim para ficar um ano e já estou há três!”, conta Joel, animado.

Dança como agente transformador

Segundo o professor, a dança dá uma nova perspectiva aos jovens em situação de vulnerabilidade econômico-social que frequentam o Moinho. “É uma oportunidade de escrever a própria história. A dança tem esse poder, de preparar a pessoa para a vida”, reflete o bailarino.

Além de todos os benefícios que a prática traz, Joel também aponta que o psicológico também muda, para a melhor – inclusive o dele. “Me sinto meio pai, meio professor, meio psicólogo, estar com as crianças muda minha maneira de pensar”.

10 anos de Moinho Cultural

Com ênfase na música, dança e educação, o Moinho Cultural desenvolve, desde 2004, ações que promovam a autonomia das crianças e adolescentes que passam pela instituição. Em 10 anos de atividade em parceria com a Vale, o projeto já mudou a vida de mais de 2 mil jovens em situação de vulnerabilidade.

No instituto, as crianças aprendem a tocar instrumentos como piano, violão, viola de cocho, viola caipira, violino, violoncelo, contrabaixo, clarinete, saxofone, flauta transversal, trompa, trompete, trombone, barítono e todos os instrumentos de percussão, além de ter aulas de apoio escolar, informática, educação patrimonial, educação ambiental, ballet clássico, dança contemporânea, dança regional, reportório, história da arte e musicalização.

 

Por: Da Redação