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Delegada de Corumbá apresenta levantamento da “Operação Alta Voltagem”

Delegada Paula Oruê apresenta levantamento da operação

Desencadeada nesta quinta-feira (22) pela Polícia Civil, através do DPI (Departamento de Polícia do Interior), a “Operação Alta Voltagem”, comandada pela delegada da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Corumbá, Dr.ª Paula Ribeiro dos Santos Oruê, cumpriu 62 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e mais 11 municípios do Estado e prendeu em flagrante 26 pessoas.

Roni Oliveira Vargas, 40 anos e Joelsi Ajala Medina, 44 anos, apontados durante as investigações iniciadas em novembro do ano passado, como chefes da organização criminosa tiveram as prisões decretadas pela justiça e também estão presos.

Segundo a delegada a fraude é sofisticada e os envolvidos são profissionais liberais com alto poder aquisitivo, que contratavam por R$ 2.800, os serviços de Roni e Joelsi. “Utilizando um software desenvolvido pela empresa fabricante dos medidores de energia, a dupla causava pane no sistema que deixava de medir de 60 a 80% de toda a energia consumida pelos fraudadores.

São quatro as etapas da fraude, a primeira com o aparecimento no número 1.1 no medidor, que significa retirada do software responsável pela medição do consumo, a segunda da inclusão de um zero a mais nos dígitos dos relógios de energia, indicando uso de programa para reduzir o consumo. A terceira que é o disparo do display é a considerada mais simples pela Polícia e a quarta, a mais sofisticada e difícil de ser descoberta, que é a inversão das energias ativas e reativas.

De acordo com a delegada Paula Oruê, essas fases demonstram a evolução na fraude que causou prejuízos de mais de R$ 80 milhões de reais a empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no Estado. “Eles utilizavam um cabo, que supostamente pode ser adquirido em lojas de tecnologia por qualquer pessoa, que era acoplado a um notebook que continha o programa e alteravam os dados dos medidores”, explica a delegada.

A fraude foi descoberta em novembro do ano passado, após um funcionário da empresa de energia que estava de folga, flagrar dois indivíduos com um notebook acoplado a um medidor. “O fato de não estarem usando uniforme da empresa despertou a desconfiança do funcionário que comunicou o fato a diretoria, que acabou procurando a Polícia Civil”, diz Dr.ª Paula.

Com a mulher de Roni, um dos chefes da organização criminosa, foi apreendido um medidor com registro de furto na cidade de Jardim (MS). Segundo a delegada o equipamento estava sendo utilizado para testes de novos softwares desenvolvidos pela empresa produtora dos medidores. Também foram apreendidos vários e sofisticados equipamentos utilizados na fraude.

“A fabricante dos medidores não tinha conhecimento das fraudes, mas não descartamos o envolvimento de funcionários dela e da concessionária de energia no esquema, já que os fraudadores estavam de posse de um programa que sequer chegou a Mato Grosso do Sul”, enfatiza a delegada, lembrando que Roni lucrava mensalmente com a fraude mais de R$ 12 mil por mês.

Ao todo foram presas 12 pessoas em Corumbá, 5 em Dois Irmãos do Buriti, 2 em Aquidauana, 2 em Naviraí, 1 em Itaporã, 1 em Bela Vista. Pelo menos outros 70 envolvidos no esquema também foram indiciados e devem ter as prisões decretadas pela justiça. Todos vão responder por furto qualificado por fraude e associação criminsa. Roni também vai responder a posse irregular de arma de fogo de uso restrito, já que na casa dele foi encontrada uma pistola coma numeração raspada.

Realizada pelo DPI (Departamento de Polícia do Interior) da Polícia Civil, com o apoio do GARRAS (Grupo Armado de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Seqüestros) e policiais do DPC (Departamento de Polícia da Capital) e do DPE (Departamento de Polícia Especializada), a “Operação Alta Voltagem” aconteceu simultaneamente em Campo Grande, Corumbá, Dois Irmãos do Buriti, Aquidauana, Naviraí, Ponta Porá, Bonito, Bela Vista, Jardim, Maracajú, Itaporã e Dourados.

 

Por: Da Redação

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