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Vice-prefeito de Campinas presta depoimento a promotores do Gaeco

O vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), prestou pela primeira vez depoimento aos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais) na tarde desta sexta-feira (27), na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial. Ele foi preso no início da noite de quinta-feira (26), ao desembaracar no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Vilagra era considerado foragido da Justiça desde sexta-feira (20), por suposto envolvimento em um esquema de fraudes em contratos públicos investigado pelo Ministério Público. Ele estava em uma viagem de férias na Espanha e está na lista das 20 pessoas que tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido da Promotoria.

O depoimento começou por volta das 14h10 e durou cerca de duas horas. O vice-prefeito não falou com a imprensa desde que foi levado para o 2º DP. A defesa teve o pedido de revogação da prisão temporária negado pela Justiça de Campinas, e por isso o advogado Ralph Tórtima Stettinger entrou com pedido de habeas corpusno Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), que ainda não teve resposta.

Assim que deixou a aeronave na noite de quinta-feira, o político foi escoltado por policiais federais e levado à delegacia da coorporação, dentro do aeroporto. A prisão foi cumprida pelo delegado da corregedoria da Polícia Civil, Roveraldo Bataglini. Às 20h10, Vilagra finalmente deixou o saguão, seguindo para o Instituto Médico Legal (IML), em Campinas. O político já passou por exames de praxes e foi encaminhado à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial. “Nunca me envolvi com isso (fraudes)”, disse o vice-prefeito.

Envolvimento

Documentos entregues à EPTV no domingo (22) de forma anônima mostram o envolvimento do vice-prefeito de Campinas no esquema de supostas fraudes em contratos públicos na cidade. Ele não foi chamado pela Promotoria para depor sobre o caso, mas está na lista dos 20 mandados de prisão temporária decretados pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Campinas, Nelson Augusto Bernardes, a pedido do MP.

No material, estão transcrições telefônicas que aparece o nome de Demétrio Vilagra. Em uma das conversas gravadas no dia 14 de abril deste ano, Alfredo Antunes, dono da empresa Global, que teria feito acordos fraudulentos com a Sanasa, conversa com um funcionário dele identificado como Marcelo. Na ligação, Alfredo se refere ao depoimento dado ao Ministério Público e conta que “Aquino (Luiz de Aquino, ex-presidente da Sanasa) bateu com a língua nos dentes que eu dava dinheiro para o vice-prefeito”. Sobre a possibilidade de ter sido flagrado de alguma forma, Antunes disse: “Nunca deu dinheiro perto de ninguém. Só se for o Orlando (fazendo referência a um outro funcionário) que tirou fotografia”. E o funcionário Marcelo completa: “Só se for (risos) ou o Alexandre”. E continua: “Mas o Alexandre nunca estava junto, né, na hora (sic) Você sempre dava lá dentro. Não tinha ninguém vendo”.

No dia seguinte, em uma outra conversa, as revelações são ainda mais graves. Desta vez, Alfredo Antunes fala com o próprio ex-presidente da Sanasa. O dono da Global garante que não confirmou nada sobre a participação de Demétrio Vilagra no esquema. Aquino diz ainda que tem medo que o vice-prefeito “possa acabar abrindo” todo o esquema. Alfredo então responde: “Não, o Vilagra não abre, senão ele dança”. (Informações da EPTV Campinas)

 

Por: Da Redação

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