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Vice-prefeito de Campinas diz que guardava R$ 60 mil em casa para quitar dívidas do PT

Em depoimento aos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT) , alega que os R$ 60 mil em dinheiro encontrados na casa dele em uma megaoperação da Corregedoria da Polícia Civil seriam usados para o pagamento de uma dívida de campanha eleitoral. Ele foi ouvido na cadeia anexa ao 2º Distrito Policial no dia 27 de maio depois de ser preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, há uma semana. O vice está na lista das 20 pessoas que tiveram a prisão decretada pela Justiça por suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em contratos públicos e pagamento de propina.

A EPTV teve acesso com exclusividade ao depoimento completo de Vilagra prestado quando ele ainda estava preso. Ele negou qualquer esquema de corrupção denunciado pelo ex-presidente da Sanasa, Luiz de Aquino, mas admitiu ter recebido oferta de dinheiro dos empresários da empresa de transporte e logística Global, Alfredo e Augusto Antunes. Os proprietários da empresa são alvos da mesma investigação pelo Ministério Públicos e também foram presos.

A informação vai contra o que foi dito por Augusto (foto) em conversa com a equipe de reportagem da EPTV na manhã desta quinta-feira (2). O empresário alega que o pedido do pagamento de R$ 20 mil teria sido feito pelo próprio Vilagra. O vice contou à Promotoria que foi uma ou duas vezes a churrascos na empresa Global, logo depois que Aquino deixou a presidência da Sanasa. Mas ele alega que não sabia, na época, que a Global estava envolvida em qualquer esquema de pagamento de propina. Vilagra afirmou aos promotores que Alfredo Antunes chegou a oferecer dinheiro a ele uma ou duas vezes para ajudar a pagar uma dívida de campanha, mas que ele nunca aceitou.

O vice ao promotores do Gaeco que os R$ 60 mil vieram da venda de dois carros, um em 2009 e outro em 2010, e do dinheiro de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) recebido em 2008. Ele nega que recebeu qualquer quantia dos donos da Global. O nome do vice-prefeito aparece em grampos telefônicos feitos pelo MP com autorização da Justiça. Em uma das conversas gravadas no dia 14 de abril deste ano, Alfredo Antunes, que teria feito acordos fraudulentos com a Sanasa, conversa com um funcionário dele identificado como Marcelo. Na ligação, Alfredo se refere ao depoimento dado ao Ministério Público e conta que “Aquino (ex-presidente da Sanasa) bateu com a língua nos dentes que eu dava dinheiro para o vice-prefeito”.

Sobre a possibilidade de ter sido flagrado de alguma forma, Antunes disse: “Nunca deu dinheiro perto de ninguém. Só se for o Orlando (fazendo referência a um outro funcionário) que tirou fotografia”. E o funcionário Marcelo completa: “Só se for (risos) ou o Alexandre”. E continua: “Mas o Alexandre nunca estava junto, né, na hora (sic) Você sempre dava lá dentro. Não tinha ninguém vendo”.

No dia seguinte, em uma outra conversa, as revelações são ainda mais graves. Desta vez, Alfredo Antunes fala com o próprio ex-presidente da Sanasa, Luiz de Aquino. O dono da Global garante que não confirmou nada sobre a participação de Demétrio Vilagra no esquema. Aquino diz ainda que tem medo que o vice-prefeito “possa acabar abrindo” todo o esquema. Alfredo então responde: “Não, o Vilagra não abre, senão ele dança”.

Ainda em depoimento, Vilagra informou aos promotores que os R$ 60 mil encontrados na casa dele ficaram tanto tempo guardados porque seriam usados para pagar uma multa de R$ 300 mil de campanha eleitoral. Uma multa que é do partido, não dele. Mas o vice-prefeito justificou que o PT não teria dinheiro para pagar isso. E ele então começou a juntar a quantia em casa para quitar a dívida.

A EPTV questionou o advogado de Vilagra, Ralph Tórtima, sobre os motivos que levaram o vice a manter tanto dinheiro em casa, e não em um banco, por todo tempo. A resposta da defesa é de que ele é um homem de posses. Tórtima alegou ainda que os depoimentos de Alfredo e Augusto Antunes no MP foram cheios de contradições. (Informações da EPTV Campinas)

 

Por: Da Redação

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