Unidos da Tijuca é a grande campeã do carnaval carioca de 2012. E não há como negar. Paulo Barros se tornou, nos últimos anos, o responsável pelos maiores segredos e surpresas do carnaval carioca. Para este ano, ele trouxe um enredo diferente do que vinha fazendo. Longe de ser abstrato, o tema da Unidos da Tijuca foi “O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão”.
Com um total de 299.9 pontos, tirando notas 10 em todos os quesitos – com exceção de Alegorias e Adereços na qual perdeu um décimo-, a Unidos da Tijuca se firmou na liderança já no início da apuração, nesta quarta-feira (22), na Marquês de Sapucaí.
A segunda colocação ficou com o Salgueiro, com 299.7 pontos. Em seguida, Vila Isabel com 299.5, Beija-flor com 298.9, Grande Rio com 298.3 e Portela com 297.2. As agremiações voltam no sábado (25) para Marquês de Sapucaí para o desfile das Campeãs.
O carnavalesco Paulo Barros prefiriu assistir a apuração das notas do carnaval carioca 2012 de casa e já se encaminha para a quadra da Unidos da Tijuca, no Centro do Rio, para celebrar o campeonato. O troféu foi recebido pelo presidente da agremiação azul e amarela, Fernando Horta, das mãos do presidente da Riotur, o secretário Antônio Pedro Figueira de Melo.
Já na comissão de frente, um show à parte. Sanfonas dançantes “libertavam” a alma do instrumento, símbolo do rei do baião. A sanfona colorida, usada no centro da coreografia, foi importada dos Estados Unidos. Os 15 integrantes da comissão são os mesmos que fizeram o número de mágica em que trocavam de roupas em segundos, em 2010, e os que “perderam a cabeça” no ano passado.
Paulo Barros trouxe sua marca registrada em várias alegorias, abusando de coreografias e em “esculturas vivas”. Na última alegoria, “Asa Branca”, diversos foliões coreografados imitavam pássaros sobrevoando a Sapucaí. Daniel Gonzaga, filho de Gonzaguinha, neto de Luiz Gonzaga, também desfilou.
Michael Jackson sambou
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira veio como Lampião e Maria Bonita, e estava cercado de guardas armados que faziam coreografias entrosadas com a dança de Marquinho e Giovana. Um dos momentos mais bonitos do desfile da Tijuca, quinta escola a desfilar na segunda noite do grupo Especial do Rio.
O abre-alas representou o setor de desembarque de um aeroporto em que reis de todo o mundo, vivos ou já falecidos, chegam ao sertão para homenagear Luiz Gonzaga. Dom João VI, Elvis Presley, Pelé, Michael Jackson, entre outros, também voltaram a aparecer na terceira e quarta alegorias e na última ala.
Sempre ousado, o carnavalesco trouxe um setor inteiramente monocromático. Destaque para a ala de boneco de barro, referência às esculturas de mestre Vitalino. A rainha de bateria, Gracyanne Barbosa, estava vestida de pássaro assum real, toda de preto e com seus músculos à mostra.
A sexta alegoria, festas juninas, estava bastante colorida. A bateria fez várias bossas inspiradas no forró que empolgaram a todos. O último título da Tijuca – o primeiro na carreira de Paulo Barros – tinha sido o de 2012, com “É Segredo”. No ano passado, ao perder para a Beija-Flor de Nilópolis, ele ironizou dizendo que faria um carnaval sobre Neguinho da Beija-Flor.
Paulo Barros mais uma vez sai vitorioso no carnaval, dessa vez com a bela homenagem ao centenário de Gonzagão. (IG)
Por: Da Redação