Brasil

PF cumpre mais de 30 mandados de prisão em nova fase de operação por atos de 8 de janeiro

 

A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta sexta-feira (17), a oitava fase da Operação Lesa Pátria, que tem como alvos suspeitos de envolvimento nos atos criminosos contra as sedes dos Três Poderes de 8 de janeiro.

Os policiais cumprem, no total, 46 mandados de busca e apreensão e 32 de prisão preventiva.

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais são os maiores focos dessa etapa da Lesa Pátria. No primeiro, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão preventiva, já em Minas são 9 de busca e 8 de prisão.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informou a PF em nota.

Mandados cumpridos na 8ª fase da Lesa Pátria

  • Bahia: 2 de busca e apreensão / 2 de prisão preventiva
  • DF: 2 de busca e apreensão
  • Espírito Santo: 1 de busca e apreensão / 1 de prisão preventiva
  • Goiás: 2 de busca e apreensão / 2 de prisão preventiva
  • Maranhão: 1 de busca e apreensão / 1 de prisão preventiva
  • Minas Gerais: 9 de busca e apreensão / 8 de prisão preventiva
  • Paraná: 2 de busca e apreensão / 2 de prisão preventiva
  • Rondônia: 11 de busca e apreensão
  • Rio Grande do Sul: 3 de busca e apreensão / 3 de prisão preventiva
  • São Paulo: 13 de busca e apreensão / 13 de prisão preventiva

Não considerando os mandados envolvidos na oitava fase da Lesa Pátria, a operação já levou à instauração de sete inquéritos policiais na sede da PF e outros 78 nas superintendências.

Também já foram cumpridos 29 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 109 de busca e apreensão.

“Catarse” e “surto coletivo”

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse nesta segunda-feira (13) que os atos que culminaram com a invasão da sede dos Três Poderes em 8 de janeiro foram uma “catarse” e um “surto coletivo”.

Ele afirmou ainda que o ataque à democracia foi orquestrado e financiado por meio das redes sociais e que as investigações e operações continuarão até que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados.

“Eu pude acompanhar muito de perto esse processo e nós vimos que de fato há uma catarse, há um surto coletivo. Não sei se as pessoas ainda creem estar no mundo virtual, mas não se dão conta de estarem no mundo real”, disse Rodrigues.

O chefe da Polícia Federal defendeu que haja “regulação e rigor para coibir esse tipo de ação”. “A operação segue e seguirá até que de fato a gente consiga atingir nosso objetivo, que é identificar os responsáveis por esses atos criminosos”, destacou Rodrigues.

Quase metade dos detidos em 8 de janeiro não está mais na prisão

Levantamento feito pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre os vândalos bolsonaristas que participaram dos atos de 8 de janeiro aponta que 45% de todos os detidos em flagrante não estão mais presos em regime fechado e hoje cumprem medidas cautelares fora da prisão.

Ao todo, 1.406 foram detidos em flagrante, dos quais 639 cumprem medidas cautelares, como restrições nas redes sociais ou utilização de tornozeleira eletrônica.

Na avaliação da Suprema Corte, eles teriam cometido irregularidades de menor poder ofensivo.

Quase dois meses depois do episódio criminoso, no entanto, 767 ainda seguem presos de maneira preventiva.