O laudo da junta de médicos da UnB (Universidade de Brasília) e do Hospital Universitário de Brasília sobre o deputado licenciado José Genoino, condenado no mensalão, aponta que ele não tem doença “cardiovascular grave”. “O portador de cardiopatia que não se caracteriza como grave, com base nas diretrizes pertinentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Assim sendo, o conceito de doença cardiovascular grave não se aplica ao presente caso em seu contexto clínico-cirúrgico de momento atual, que se apresenta sob impressão de expectativa favorável”, diz o documento.
O laudo assinado por cinco médicos embasará a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, sobre o pedido de prisão domiciliar do deputado, que deixou o hospital no fim de semana e está provisoriamente na casa de uma filha em Brasília. Os médicos dizem ainda que Genoino é portador “Hipertensão Arterial Sistêmica leve a moderada, controlada por meio de uso continuado de medicamento anti-hipertensivo, o qual deve ser mantido indefinidamente”.
Genoino foi condenado ao regime semiaberto, mas devido a problemas cardíacos passou mal e chegou a ser internado na semana passada após alguns dias na Penitenciária da Papuda. Desde que foi preso no mensalão na última sexta-feira (15), o petista, que se recupera de uma cirurgia cardíaca, teria passado mal em duas ocasiões, de acordo com relatos da defesa.
Há quatro meses, o petista passou por uma cirurgia cardíaca para correção de uma descamação da aorta. Ele ainda se submete a tratamento e toma medicação para se recuperar da intervenção cirúrgica.
Avaliação médica da Câmara
Além da avaliação de saúde feita a pedido da Justiça, Genoino também foi examinado por uma junta médica da Câmara dos Deputados sobre o pedido de aposentadoria por invalidez. A ida do grupo de profissionais à casa onde está hospedado Genoino ontem foi autorizada pelo próprio presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), apesar de não ter aval do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se parecer for favorável, Genoino terá direito a uma aposentadoria de R$ 26 mil por mês. Alves negou que a decisão causaria atrito com o Judiciário. “O Supremo mandou fazer a sua (avaliação) e esta Casa quer fazer a sua análise como Poder Legislativo”, justificou. “São coisas diferentes”.
Condenado a seis anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, Genoino foi o primeiro a se entregar à Polícia Federal, em São Paulo, na última sexta (15), depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) expediu mandado de prisão contra ele e outros 11 condenados. (IG)
Por: Da Redação