O ex-diretor de Controle Urbano de Campinas Ricardo Chimirri Candia, um dos presos na megaoperação da semana passada por suspeitas de fraudes em contratos públicos, continuou influente no governo municipal e cobrando propina mesmo após deixar o cargo. Escutas feitas pelo Ministério Público, com autorização judicial, mostram também que ele era mais próximo da primeira-dama e chefe de Gabinete, Rosely Nassim Santos, do que ela própria disse à EPTV no mês passado.
Ex-prefeito de Corumbá, Candia ocupou o cargo de diretor por cerca de quatro meses no início do governo de Hélio de Oliveira Santos. As empresas em nome dos filhos dele, a CD Empreendimentos e a RP Incorporações, são donas de 18 áreas onde estão instaladas torres de telefonia celular, como revelou a EPTV antes mesmo das prisões da semana passada. As autorizações eram feitas pelo departamento de Controle Urbano.
Novos trechos de conversas divulgados pelo MP, mostram que o ex-diretor continuou influente no governo, negociando propinas. Em um dos casos, ele intermediou a redução de uma dívida de IPTU, mas cobrou 15% sobre o valor. A quantia, que deveria ser paga em dinheiro, seria dividida entre ele, a “doutora” (que seria Rosely Nassim Santos) e uma outra pessoa.
A investigação do MP mostra que Candia intermediava várias negociações na prefeitura. De acordo com o ex-presidente da Sanasa e delator do esquema de corrupção, Luiz Augusto Aquino, era Candia quem buscava as propinas nas empresas que fechavam os contratos fraudulentos, junto com a primeira-dama.
Em entrevista à EPTV no mês passado, logo após as primeiras denúncias, Rosely Nassim Santos, disse que conhecia pouco o ex-diretor. Nesta quinta-feira (26), a reportagem tentou falar novamente com a chefe de Gabinete para que ela comentasse as novas ligações descobertas pelo MP, mas não obteve retorno. (Informações da EPTV Campinas)
Por: Da Redação