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Copa do Mundo: Brasil bate Croácia no jogo de estreia

 

Teve o nervosismo, teve a pressão da estreia, teve a perna bamba no início, mas no fim das contas, o Brasil fez seu jogo de sempre para vencer a Croácia. O time de Felipão é incrivelmente consistente, apresentando sempre as mesmas virtudes e falhas, mas cada vez melhor em fazer seus pontos positivos ofuscarem os negativos. E Scolari merece crédito por usar sua “forma alternativa” de maneira inteligente contra um time croata desprotegido pelo meio.

A Croácia não tem volantes de marcação – nesta quinta, os meio-campistas centrais foram Rakitic e Modric, dois armadores muito técnicos, mas de pouca pegada. A organização e a postura recuada dos europeus fizeram com que o Brasil encontrasse dificuldade, como sempre, para superar uma defesa fechada; porém, a opção de Felipão em escalar Neymar centralizado foi certeira, tanto ofensivamente quanto defensivamente.

Na frente, o posicionamento do camisa 10 brasileiro funcionou, principalmente no primeiro tempo, quando ele recuava para buscar a bola dos volantes e arrancava em velocidade contra Modric e Rakitic. Daquela posição ele fez o primeiro gol, e teve outras situações promissoras. A presença de Neymar por ali também abriu espaço para Paulinho, que apareceu perigosamente desmarcado, como de costume, em alguns momentos.

Defensivamente, Oscar e Hulk pelos lados faziam sentido para segurar a principal força do ataque da Croácia, o apoio dos laterais. O gol croata saiu principalmente por um erro de decisão de Daniel Alves, que não voltou imediatamente para sua posição e permitiu que Paulinho fosse sobrecarregado em seu setor. Olic cruzou sem marcação e Marcelo foi infeliz na jogada. Daniel, aliás, em vários momentos estava muito adiantado, tentando roubar a bola muito à frente – o que é parte da estratégia do Brasil – e obrigando Thiago Silva a sair da área e fazer a cobertura, papel que o capitão cumpriu perfeitamente.

Sem chance para contra-atacar, Brasil vence pela pressão

O Brasil tem basicamente duas grandes virtudes: a excelente marcação pressão e a velocidade mortal no contra-ataque. Como a Croácia se fechou e não permitiu que o Brasil contragolpeasse, a marcação feroz e adiantada foi a arma usada pela Seleção para vencer. Neymar e Fred se esforçaram muito para atrapalhar a saída de bola, embora os zagueiros Lovren e Corluka, ótimos com a bola no pé, tenham encontrado algumas brechas para achar passes para Modric e Rakitic. Paulinho e Luiz Gustavo, porém, também foram agressivos na marcação, sem serem desleais, e a Croácia não conseguiu trabalhar a bola pelo centro.

A pressão também foi responsável pelo terceiro gol, com Ramires aproveitando o vacilo na saída croata, roubando a bola e servindo Oscar, o melhor em campo, para que o meia do Chelsea fechasse o marcador. O pênalti sobre Fred foi duvidoso, mas a atuação geral do Brasil foi superior à da Croácia, e Felipão conseguiu executar seu plano de jogo. O Brasil ainda sofre para furar defesas fechadas, mas usando as armas que tem, é um dos grandes favoritos ao título. (Terra)

 

Por: Da Redação