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Dossiês expõem esquema de fraudes em licitações em várias cidades brasileiras

O processo judicial que apura a ligação de empresas distribuidoras de medicamentos e servidores municipais em fraudes teve levantado o sigilo para que as informações sejam partilhadas com outros órgãos. A decisão do juiz Federal Luiz Carlos Cervi manteve sob segredo de Justiça parte das provas colhidas pela Polícia Federal, como escutas e quebra de sigilo fiscal, e dá início a uma série de novos processos judiciais e administrativos.

O processo que tramita na Justiça Federal de Erechim consta de um relatório da Polícia Federal, ao qual se somam 22 dossiês. São mais de 2 mil páginas de transcrições de diálogos telefônicos, cruzados com informações da Controladoria-geral da União, além de vídeos gravados que mostram servidores públicos e até secretários de Saúde recebendo propina de vendedores das distribuidoras de medicamentos envolvidas no esquema, entre elas a Multimed de Barão de Cotegipe (uma empresa com o mesmo nome da Multimed, mas com sede em Blumenau, SC, nada tem a ver com a fraude).

Os documentos e gravações comprovam a fraude em pelo menos 28 prefeituras brasileiras e abrem precedente para investigar mais de 400 prefeituras só no Estado do Rio Grande do Sul, que teriam negociado com as distribuidoras de Barão de Cotegipe e Erechim. De 2007 até o primeiro trimestre de 2010 foram mais de R$ 66 milhões repassados por prefeituras gaúchas às empresas investigadas, uma média de R$ 1,5 milhões ao mês.

Novos processos deverão ser gerados

Os envolvidos foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção passiva, fraude a licitações e peculato.

Com a retirada do sigilo do processo gerado pela Operação Saúde, outros órgãos como a Advocacia-geral da União, Receita Federal, Tribunais de Contas e Anvisa devem dar início a processos, detalhando principalmente a participação de prefeituras nas fraudes.

A casa em que os empresários Dalci Filipetto e o filho dele, Cássio, moram em Barão de Cotegipe, amanheceu pichada. Dalci é apontado pela Polícia Federal como o mentor do grupo suspeito de vender medicamentos a prefeituras. (Informações do Zero Hora)

 

Por: Da Redação

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