Brasília se transformou em um pedacinho de Bogotá nesta quinta-feira. Os colombianos pintaram as arquibancadas vermelhas do Mané Garrincha de amarelo. E empurrados por essa massa, a Colômbia venceu a Costa do Marfim por 2 a 1 no estádio Mané Garrincha encaminhando sua classificação para as oitavas de final. O público de 68.748 pessoas foi o maior da história do Mané Garrincha.
Depois de um primeiro tempo muito lutado, mas com poucas chances, as duas equipes protagonizaram uma partida cheia de alternativas na metade final e em nove minutos, entre 19 e os 28 da segunda etapa, James Rodríguez, Quintero e Gervinho, nesta ordem, deram o placar final à partida que praticamente coloca os colombianos na próxima fase. Um empate entre Japão e Grécia nesta quinta já é suficiente. Os marfinenses jogam contra a Grécia na última rodada e uma vitória os classifica.
Torcida apaixonada. Hino emocionante
O hino nacional colombiano cantado por um estádio repleto de torcedores foi emocionante. Já havia sido assim na estreia colombiana, sábado, no Mineirão contra a Grécia. Mas o choro genuíno foi sentida por um rival. O volante Die Serey, da Costa do Marfim, chorou muito ao ouviu o hino do seu país. Seu rosto em lágrimas no telão do estádio despertou simpatia imediata da imensa maioria colombiana, que o aplaudiu dando de ombros para a rivalidade momentânea.
Vitoriosos na primeira rodada, colombianos e marfinenses fizeram uma partida muito disputada no primeiro tempo. Foram poucas as chances reais de gol (seis dos africanos e quatro dos sul-americanos). Apesar da pequena superioridade, foi da Colômbia as duas principais delas. E ausência de Falcao García neste Mundial foi sentida pela primeira vez pela torcida colombiana.
Quem herdou a camisa 9 do astro foi Teófilo Gutiérrez, do River Plate. E foram por erros dele que a partida ficou no 0 a 0 nos primeiros 45 minutos. Aos cinco minutos o atacante de 29 anos teve sua primeira boa chance. Recebeu de James Rodríguez na entrada da área, mas chutou mal ao lado esquerdo do gol de Barry.
Aos 28 teve outra oportunidade, esta muito mais clara. Impedido, mas sem a marcação do auxiliar inglês Michael Mullarkey, o atacante de camisa 9 chutou de canela a bola que teria outro destino se quem a vestisse fosse Falcao García, fora da Copa por não ter se recuperado de cirurgia no joelho esquerdo.
A torcida colombiana foi compreensiva. Ao invés de vaiado, “Teo” teve seu nome gritado com entusiasmo. São as vantagens de se jogar quase em casa para uma torcida que estava ansiosa por ver sua seleção numa Copa pela primeira vez em 16 anos. Tudo é festa e incentivo.
E foi nesse ritmo, de apoio incondicional, que a Colômbia conseguiu mais uma vitória. O primeiro gol foi de cabeça de James Rodríguez após cobrança de escanteio. Quintero aumentou seis minutos depois se aproveitando de erro na saída de bola de Serey. Teófilo Gutiérrez, que havia perdido os gols no primeiro tempo, foi quem deu o passe. E recebeu novamente o carinho sincero da torcida.
A torcida brasileira, também em bom número no estádio, se empolgou em muitos lances, mas nada a fez cantar tanto como a entrada de Didier Drogba, aos 15 minutos do segundo tempo. O jogo ainda estava em 0 a 0 e a esperança de gol aumentou com ele em campo. Eles vieram rapidamente, mas o astro de 36 anos não conseguiu dar a vitória à sua equipe.
O zagueiro Mario Yepes, de 38 anos, foi leão no final do jogo e parou todas as pretensões marfinenses. Reconhecido por sua garra, teve seu nome cantado muitas vezes no Mané Garrincha. Só não foi mais celebrado que o nome da “Colômbia”. Brasília vai ser pequena para tanta festa. (IG)
Por: Da Redação