As campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) vêm fazendo das redes sociais um dos principais terrenos da corrida por votos para segundo turno das eleições. Os brasileiros vão às urnas no próximo dia 30.
O analista de redes sociais Pedro Barciela aponta que a estratégia adotada por ambas as campanhas não tem como foco apresentar “um debate novo”, mas se trata de uma “tentativa de interditar” o adversário.
“Nenhuma das campanhas nesse cenário consegue propor um debate novo, um debate de ideias, um debate de propostas, esse debate fica interditado. Não é como se um lado estivesse tentando convencer o outro sobre as suas fake news, é como se um lado estivesse tentando interditar o outro para que não sejam promovidas pautas, ideias, enfim, outros temas nesse segundo turno”, diz.
Os materiais divulgados nas redes sociais se caracterizam por abordar temas sensíveis a grupos específicos da sociedade, como pautas morais e religiosas.
Barciela diz que a tendência é que, com a aproximação do segundo turno, as campanhas passem a utilizar cada vez mais este modelo de estratégia.
“É muito provável que com o avançar das pesquisas e da proximidade do segundo turno algum dos lados ou ambos os lados estejam cada vez mais desesperados, cada vez mais caóticos na sua forma de atuar. A tentativa nessa reta final será cada vez mais tentar aumentar a rejeição do eleitorado contra o outro candidato, então as fake news serão infelizmente tanto de um lado quanto do outro”, completa.
*Danilo Moliterno / CNN Brasil