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Brasil sofre pane, perde para a Rússia e fica com a prata no vôlei masculino

 

O Brasil esteve a um ponto de sair de Londres 2012 com duas medalhas de ouro no vôlei . Um dia depois de o feminino ter virado contra os Estados Unidos na decisão olímpica, contudo, foi a vez de o masculino presenciar uma mudança radical de panorama na decisão. E neste domingo, uma alteração triste para os sul-americanos, que tomaram 3 a 2 da Rússia e ficaram com a prata.

O time dirigido por Bernardinho, que já havia sido prata em Pequim 2008, dominou os dois primeiros sets neste domingo e teve duas chances para fechar o jogo. Contudo, a Rússia fez uma alteração tática, jogou o gigante Muserskiy para a posição de oposto e virou o duelo.

Com isso, o Brasil perde a chance de igualar um feito da União Soviética, que em 1968 e 1980 ganhou as duas medalhas de ouro do vôlei em Olimpíadas. Os sul-americanos só tem duas campanhas vitoriosas em Jogos, em Barcelona 1992 e em Atenas 2004, e esse foi o primeiro título da Rússia com essa denominação.

A virada dos europeus é um triste capítulo final para uma geração do vôlei masculino no Brasil. Giba, Serginho, Rodrigão, Dante, Ricardinho e até o técnico Bernardinho têm futuro incerto na seleção depois dos Jogos Olímpicos de 2012.

E o pior é que parecia que a história seria bem diferente. Com um saque bem posicionado, o Brasil conseguiu quebrar o passe da Rússia desde o início do confronto neste domingo. As duas equipes tiveram aproveitamentos parecidos na recepção durante o primeiro set, mas os europeus trabalharam com bolas mais lentas e sofreram mais para colocar a bola no chão.

Individualmente, Dante e Wallace foram os dois principais destaques ofensivos do Brasil no início do jogo. Com ambos inspirados, o time sul-americano fechou a parcial com vitória por 25 a 19.

No segundo set, o ataque não brilhou tanto. Contudo, o Brasil deu um show de defesa e recepção em Londres. Foi assim que os comandados de Bernardinho construíram o triunfo por 25 a 20 na parcial.

O domínio dos brasileiros levou a Rússia a uma alteração tática drástica no terceiro set. Os europeus mandaram o meio-de-rede Muserskiy, de 2,18m, para jogar de oposto. Mikhaylov, que ocupava a posição, foi para a ponta. Enquanto isso, Apalikov e Volkov ficaram com as posições centrais.

Com um time mais alto e Muserskiy atacando muito, a Rússia chegou a desestabilizar o Brasil no início do set. No entanto, os sul-americanos acertaram em pouco tempo o bloqueio e a recepção. Ainda na metade inicial da parcial, o jogo voltou a ser equilibrado.

O Brasil chegou a abrir vantagem na parcial, mas a Rússia voltou a encostar na reta final. As duas equipes tiveram chances de fechar o set, e Muserskiy, que não foi bloqueado nenhuma vez no set, ajudou os europeus a vencerem por 29 a 27. Foi o primeiro set perdido pelo time de Bernardinho na fase final dos Jogos Olímpicos.

O revés no terceiro set abalou a confiança do Brasil. Sobretudo porque Dante, que era uma das principais opções ofensivas no início do duelo, sentiu uma lesão e foi substituído pelo experiente Giba. A mudança deixou o time de Bernardinho mais baixo, e os russos passaram a controlar o jogo na quarta parcial.

A diferença de altura tornou o jogo favorável para Muserskiy. Jogando como oposto, o russo concentrou os ataques e se tornou o grande nome da decisão. Ele conduziu a Rússia a uma vitória por 25 a 21 no quarto set.

Na parcial decisiva, Bernardinho recorreu a Dante. Mesmo machucado, o ponteiro voltou à quadra. O problema é que o Brasil seguiu sem saber como marcar a mudança tática da Rússia, e o saque do time sul-americano parou de encaixar.

Mais eficiente, a seleção russa apostou no mesmo expediente dos dois sets anteriores: bolas para Muserskiy, que anotou 31 pontos na decisão (28 em ataques) e foi o grande nome do ouro conquistado pela Rússia. (IG)

 

Por: Da Redação