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Brasil adverte sobre risco de armas químicas na Síria

 

A crise na Síria pode se agravar por causa da possibilidade de uso de armas químicas nos confrontos entre integrantes do governo e da oposição. A representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Luiza Viotti, alertou a comunidade internacional sobre esse risco e defendeu a busca de uma transição política negociada entre oposicionistas e governistas. A embaixadora descartou a possibilidade de intervenção externa naquele país.

“Com grande preocupação, tomamos nota das recentes declarações relacionadas a armas químicas, em contradição direta com normas internacionais estabelecidas há tempos e com os princípios contidos não apenas na Convenção sobre Armas Químicas, mas também no Protocolo de Genebra de 1925, do qual a Síria é parte desde 1968”, disse Maria Luiza.

A embaixadora defendeu a posição do Brasil em um debate aberto sobre o Oriente Médio, promovido pelo Conselho de Segurança da ONU. Para ela, um cessar-fogo imediato é essencial para iniciar uma nova fase na Síria. E é fundamental o governo e a oposição adotarem o plano de paz apresentado pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, reforçou a diplomata brasileira.

A proposta reúne seis pontos que devem ser cumpridos tanto pelo governo de Bashar Al Assad quanto pela oposição. “Estes são tempos particularmente difíceis e desafiadores”, disse Maria Luiza. “Acompanhamos com angústia e com extrema inquietação a escalada da crise na Síria”, acrescentou a embaixadora, ressaltando que é imperativo um cessar-fogo urgente, o que requer apoio resoluto ao enviado especial Kofi Annan.

De acordo com a representante brasileira na ONU, a “única solução” para a crise é uma transição política liderada somente pelos sírios, pois uma intervenção externa poderia agravar a situação. “Todas as partes devem cumprir suas obrigações para deter a violência, mas a responsabilidade primordial na questão recai sobre o governo da Síria. [Mas] também repudiamos ataques terroristas contra a infraestrutura civil”, afirmou.

Na Síria, onde a crise se estende há 16 meses, mais de 16 mil pessoas morreram, inclusive crianças e mulheres. Manifestantes protestam contra o governo Assad e exigem sua saída. A oposição quer o fim do governo, mais abertura política e liberdade. Também há denúncias de violações de direitos humanos e repressão. (AB)

 

Por: Da Redação