Em meados do ano fui abordado por dois adolescentes num shopping de Campo Grande para uma pesquisa escolar sobre: “Porque a sociedade acredita em Deus”. Sentamos para que efetuassem uma série de perguntas a respeito do assunto. A primeira foi direta e objetiva: “-Você acredita em Deus?” Depois de responder o questionário fiz questão de elogiá-los pela escolha do tema e por conta disso me coloquei à disposição para qualquer outra necessidade futura que os ajudasse no fechamento e/ou apresentação da pesquisa.
Fiquei surpreso e contente quando recebi ontem a ligação de um dos quatro jovens responsáveis pelo trabalho, convidando-me para ir ao Colégio Status, naquele mesmo momento, para participar da sua apresentação. Não pensei duas vezes, cancelei alguns compromissos e segui imediatamente à escola onde fui recebido pelos jovens adolescentes Leonardo Lanteri, Guilherme Fabiano e Pedro Samegima (Rakan Cheres não estava presente).
O ginásio de esportes da escola fora usado para colocação de cerca de 150 painéis abordando os mais variados temas pelos demais estudantes. A maioria dos assuntos, merecedor dos mais profundos estudos e reflexões. Mas, voltando ao tema dos nossos jovens, fui conduzido ao local onde expunham um banner com o resultado da pesquisa. Meus olhos correram imediatamente para o gráfico de uma “pizza” que mostrava que 70% da população campo-grandense acredita em Deus; 20% afirmam não acreditar e 10% não souberam responder se acreditam ou não em Deus.
Confesso que me entristeci diante desses números. Apesar da pesquisa ter sido feita com pouco mais de 100 pessoas e o fato de que pode não retratar a realidade sobre a crença em Deus pela comunidade campo-grandense, mesmo assim, como cidadão e Cristão (SUD) lamentei o baixo número dos crentes no Senhor. Esperava um número muito maior nesses últimos tempos em que o Evangelho de Deus tem sido propagado e levado com mais velocidade e intensidade para todos os cantos do mundo e por um número cada vez maior de missionários e fiéis.
O baixo percentual de 70%, me fez sentir corresponsável por esse elevado índice de descrentes, pois certamente se ao longo dos anos eu tivesse me esforçado mais para levar a Palavra de Deus a todos à minha volta, como o Senhor nos manda, por intermédio das Escrituras Sagradas, certamente esse percentual seria hoje muito maior, mesmo em pesquisas simples, de estudantes, como esta.
Na conclusão dos trabalhos os quatro jovens (orientados pela professora Danielle Boin Borges) ressaltaram que mesmo entre os 70% muitos não conseguiram dizer por que creem em Deus. Relataram que “…descrever o porquê acreditam é algo muito complexo e difícil”. Esse fato torna ainda mais preocupante a situação da espiritualidade das pessoas de nossa comunidade.
Depois de acompanha-los na apresentação dos números e conclusões aos diversos pais e convidados que chegavam à banca, parabenizei-os pelo trabalho e me alegrou saber que todos eles acreditam em Deus e que ganharam novos testemunhos sobre a importância Dele em suas vidas.
Me despedi e no caminho de volta às minhas atividades voltei a refletir sobre o quanto podemos fazer pelo estabelecimento e expansão do Reino de Deus na Terra. Mesmo aqueles que fazem muito, sempre podem fazer um pouco mais para que as bênçãos do Senhor sejam levadas para mais e mais pessoas e lares, em todos os lugares.
A existência de Deus, não tenho dúvida, só é questionada por aqueles que não conhecem a si próprios, pois não olharam para dentro de seu próprio eu, onde a verdade está silente, aguardando os incentivos e ações necessárias para o despertar.
A comprovação de que Deus existe e que vivermos aqui, com todas as nossas fraquezas e imperfeições, faz parte do Plano Dele para nosso crescimento espiritual. É preciso exercitarmos a fé, Nele e no Seu Plano de Salvação.
Não tenho dúvida de que todos nós, seres humanos, independentemente de religião, questões geográficas de habitação, situação econômica ou social, independentemente de qualquer situação enfim, todos nós, absolutamente todos nós, passamos por provações, por problemas, por tribulações. E só enfrentam esses obstáculos, alegres e de cabeça erguida, aqueles que acreditam em Deus e que não têm dúvida de que não estamos sós, que Ele está conosco, sempre, por intermédio do Espírito Santo, que Jesus Cristo deixou em nossa companhia quando expiou pelos nossos pecados e subiu aos céus junto ao Pai.
Os esforços daqueles quatro jovens do Status me permitiram uma reflexão e conclusão de que preciso fazer muito mais pelo meu próximo para ajuda-los a encontrar o caminho de Deus que nos dá as condições necessárias para que possam viver muito melhor agora e para sempre.
Por: Wilson Aquino – Jornalista, Professor e Cristão SUD