Corumbá

Quebra-Torto com letras abordou a poesia e o fazer poético no 13º Fasp

 

O Quebra-Torto com letras, realizado na manhã deste domingo no Moinho Cultural Sul-Americano, em Corumbá, durante o Festival América do Sul Pantanal, contemplou a poesia e o fazer poético. Participaram os poetas Emmanuel Marinho, de Dourados (MS), Bruno Molinero, de São Paulo (SP) e Mauro Santa Cecília, do Rio de Janeiro (RJ).

O Quebra-Torto com Letras é um espaço em que a literatura se une à gastronomia pantaneira em uma celebração de sabores e poesia, com lançamento de livros e bate-papo com os autores. A temática de hoje foi “O reino das palavras: poesia em todas as pessoas”. O evento foi aberto com o Quarteto do Choro (MS).

Logo após, os três convidados falaram um pouco sobre sua obra, o fazer poético e a recepção da poesia pelos leitores. Mauro Santa Cecília, que desenvolve uma parceria de sucesso compondo letras para as músicas de Frejat, disse que o poeta escreve para tocar de alguma forma o outro, para transformar, nem que seja um pouco, para fazer o leitor ver além do cotidiano. Autor das letras das músicas “Amor para recomeçar” e “Por você”, Mauro também faz parceria musical com Leone. Ele gravou um CD com músicas de sua autoria, em que “as canções são bonitas e os parceiros ajudaram tocando”. Para ele, “o público é fundamental para o trabalho. Sem o público não haveria troca”.

O paulista Bruno Molinero lançou o livro “Alarido”, sua primeira obra e já vencedora do Prêmio Guavira de Literatura. O livro retrata perfis de pesoas, algumas reais, outras ficcionais, e outras, ainda, mistas, no estilo perfil jornalístico inverso, com poesia. Para ele a troca, o contato com o público é o combustível de tudo. “Não é só emitir, precisa ter um receptor. É uma via de mão dupla. É a base do diálogo, não do monólogo. É uma troca. Isso me alimenta muito”. Ele diz que escrever é um exercício muito sozinho. “Esse momento me alimenta mais, entrar em contato com gente que leu meus livros”.

Participar do Quebra-Torto no Fasp foi muito gratificante para Bruno. “Recebi o Prêmio Guavira e queria conhecer gente que valorizou meu trabalho. Nunca tinha vindo a Mato Grosso do Sul, fiz um incrível passeio pelo rio Paraguai. Pretendo voltar com mais tempo para conhecer melhor a região”.

Mauro Santa Cecília disse que para ele participar do quebra-torto foi “um grande prazer, uma felicidade enorme, neste domingo de manhã tão cedo ver esta platéia participativa, interessada em poesia. Cultura é fundamental para a formação do ser humano, para construir uma nação melhor e mais justa”.

O douradense Emmanuel Marinho lançou o livro “Cantos da Terra” e o CD “Encantares”. “São duas propostas diferentes. O livro fala da nossa mãe natureza, dos povos indígenas, temas muito próximos da nossa realidade, mas abordados de forma universal. O CD são 12 poemas que foram musicados por grandes artistas da música popular brasileira em diferentes linguagens, como rock, reggae, baião… É uma educação dos sentidos”.

Para Emmanuel, a poesia tem que estar em todo lugar. “É um pão fértil da palavra. Não poderia deixar de estar presente num festival tão importante, a literatura está sendo contemplada. A gente pode compartilhar com o público e com os outros escritores presentes”, finaliza. (Texto: Karina Lima)

 

Por: Da Redação