A professora Eliana Barbosa da Silva diz que a família está ‘horrorizada’ depois que soube que o cunhado, Hugleice da Silva, está diretamente envolvido na morte de Marielly Barbosa Rodrigues. O gerente administrativo confessou que levou a cunhada para abortar em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande e que levou o corpo para um canavial.
“Minha filha não mereceu nada disso que aconteceu com ela (…) estou horrorizada pela capacidade da pessoa de pegar um ser humano e jogar fora como fizeram com minha filha, como se fosse um trapo velho, uma coisa inútil”, disse, em entrevista.
A professora disse que sempre acreditou na inocência dele. “A gente era uma família tranquila, sempre se apoiava. Ele era um irmaozão, um paizão”. Eliane aguarda agora os desdobramentos da investigação. “Eu quero Justiça, doa a quem doer, caia quem tiver que cair”. A professora diz que será difícil suportar as consequências de uma tragédia em família. “Nossa vida está de cabeça para baixo, minha filha (mulher de Hugleice) está sofrendo muito, sofreu a traição, perdeu a irmã”.
“O sentimento é de indignação, quero pedir que orem pela gente, vamos precisar muito”, diz.
Histórico
O corpo de Marielly foi descoberto em um canavial no dia 11 de junho. Antes disso, a família já havia iniciado campanha em busca da jovem, que havia desaparecido no dia 21 de maio. Na investigação, a Polícia Civil descobriu que a estudante morreu em decorrência de aborto malsucedido.
O cunhado de Marielly e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 40 anos, foram presos, suspeitos de envolvimento na morte da jovem. Inicialmente, Hugleice da Silva negou que tivesse qualquer relação com o caso, mas confessou que teve um relacionamento com a garota e que a levou para abortar em Sidrolândia.
Silva disse que pegou o telefone do enfermeiro com um caminhoneiro e marcou encontro na casa dele, em Sidrolândia. O cunhado de Marielly disse à polícia que Gomes contou que o procedimento deu errado e a jovem morreu. Os dois teriam levado o corpo para o canavial. Silva nega que seja o pai da criança que a cunhada esperava.
Mesmo com as confissões de Silva, o enfermeiro nega participação no crime. O advogado Davi Moura de Olindo, advogado de Jodimar Gomes, declara que as provas contra o cliente são frágeis e que as investigações precisam tomar outro rumo para apontar a verdadeira causa da morte de Marielly.
Silva permanece preso em Campo Grande e Jodimar Gomes, em Sidrolândia. De acordo com a polícia, eles serão indiciados pelos crimes de prática de aborto e ocultação de cadáver. O delegado Fabiano Nagata, que coordena as investigações considera o caso praticamente encerrado e deve concluir o inquérito nos próximos dias. (TV Morena)
Por: Da Redação