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Lixo hospitalar é despejado em área pública de Campo Grande

 

O lixo hospitalar de Campo Grande do maior hospital da rede pública do estado é despejado, sem qualquer tratamento, em um lixão público da cidade. A área é local de trabalho de catadores que se expõem a um risco de contaminação. Os flagrantes foram feitos também em cidades do sudeste e sul do país, em trabalho investigativo feito durante um mês.

Em Campo Grande, o lixo do Hospital Regional, o maior da rede pública do estado, fica em um depósito, onde há resíduos do Grupo A. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), lixo do Grupo A é o que apresenta risco de infecção pela possível presença dos chamados agentes biológicos – ou seja, vírus e bactérias.

O caminhão roda cerca de dez quilômetros, entra no lixão e joga tudo lá, sem nenhum tratamento. “Jogaram lixo residencial para tampar o lixo hospitalar”, disse um catador.

Outro caminhão descarrega material hospitalar. Os funcionários da empresa usam máscaras. Um córrego passa dentro do lixão de Campo Grande e há animais por todo lado.

As imagens foram mostradas para o professor Arlindo Philippi Júnior, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Ele diz que o risco de contrair doenças não se limita aos catadores. Bactérias e vírus podem ser levados por insetos e animais domésticos.

“Se ele entra na sua casa, há algum risco de ele levar aquele tipo de contaminante para esse seu espaço doméstico. Existem estudos epidemiológicos mostrando os problemas de saúde relacionados à questão da disposição inadequada de resíduos”, aponta Arlindo.

A empresa que faz a coleta do lixo hospitalar em Campo Grande disse, por telefone, que foi a prefeitura que indicou para onde os resíduos devem ser levados. Segundo o secretário de Obras, João Antônio de Marco, o problema será resolvido até o fim do ano, com a construção de um aterro. “Vai existir a usina de beneficiamento de lixo hospitalar, de acordo com as normas da Anvisa, de todas as normas que envolvem isso”, afirma. (G1-MS)

 

Por: Da Redação