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Longen abre encontro do setor produtivo do Centro-Oeste

Evento reúne representantes das federações da indústria, comércio e agropecuária de MS, MT, GO e DF

 

Evento reúne representantes das federações da indústria, comércio e agropecuária de MS, MT, GO e DF

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, abriu, na manhã desta segunda-feira (18/07), no 6º andar do Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, o projeto Encontros Empresariais Centro-Oeste – Integrar e Desenvolver para debater temas ligados ao desenvolvimento e integração de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. “Hoje é um dia histórico para o setor produtivo do Centro-Oeste, pois, pela primeira vez, reunimos os representantes da indústria, comércio e do agronegócio da região para tratar dos temas estratégicos do nosso desenvolvimento”, disse, agradecendo a parceria com o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, e da Fecomércio/MS, Edison Araújo, além do apoio do Governo do Estado, por meio da secretária estadual de secretária estadual de Produção, Indústria, Comércio e Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.

Sérgio Longen acrescentou que o evento simboliza a determinação dos setores da produção em construir e promover a necessária gestão para fazer executar uma agenda positiva capaz de integrar e desenvolver a Região. “É um movimento que atua para estabelecer um cenário mais favorável nos níveis de desenvolvimento econômico e social, profundamente desiguais neste País, exatamente pela ausência de uma política de desenvolvimento regional, que agora começa a ser retomada pelo governo federal com a recriação da Sudene, Sudeco e Sudam”, pontuou, completando que, por isso mesmo, a recriação da Sudeco é um dos tópicos da pauta do encontro, que também integra debates em torno da operacionalização do BDCO (Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste), a reforma tributária, a concessão de incentivos fiscais e a logística.

Ele reforça que é chegado o momento de fazer valer a força do imenso potencial do Centro-Oeste, que tem uma população economicamente ativa de 7,6 milhões de habitantes. Além disso, pontua, somente o setor industrial registra o valor bruto da sua produção em R$ 83,9 bilhões, tem mais de 39 mil estabelecimentos industriais, emprega em torno de 651 mil trabalhadores. “Também somos o 2º maior produtor de grãos do Brasil e crescimento nominal médio do PIB é de 11,4% ao ano. É um desempenho que pode ser ampliado para muito além dos índices que se registram nas regiões Sul e Sudeste, que hoje detém a geração de riquezas do País. precisamos exatamente identificar os gargalos que ainda emperram nosso crescimento, e tratar de eliminá-los ou reduzi-los a níveis aceitáveis. E, tenham certeza, estão todos eles pontuados neste nosso Encontro”, afirmou.

Parceiros

Na avaliação do presidente da Fieg (Federação das Indústrias de Goiás), Pedro Alves de Oliveira, os Estados precisam se unir em blocos para discutir os pontos comuns para o desenvolvimento do setor produtivo. “Essa é a hora do Centro-Oeste também formar seu bloco, dessa forma se torna muito mais fácil apurarmos soluções para as problemáticas”, disse, destacando que a Região é o celeiro de alimentos no Brasil.

Já o presidente da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso), Jandir José Milan, destaca que não tem outra forma dos Estados do Centro-Oeste alinharem suas propostas e buscarem um desenvolvimento com êxito se não for oportunizando discussões entre os representantes do setor produtivo. “A criação de um fórum de discussão é de extrema importância, caso contrário é muito difícil entrarmos nessa discussão. A iniciativa do Sérgio Longen é muito boa, ele buscou uma forma de reivindicarmos as nossas demandas”, garantiu.

O diretor-secretário da Fibra (Federação das Indústrias de Brasília), Márcio Mendonça Franca, ressalta que a recriação da Sudeco é o ponto culminante para essa discussão. “As discussões ficarão mais afloradas, principalmente no que diz respeito ao incentivo fiscal, uma guerra que precisa ter fim e entrarmos em um senso comum para beneficiar todos os Estados. Cada Estado possui sua peculiaridade, acredito que esses pontos individuais serão colocados em pauta, mas destacando os pontos comuns que é nosso principal objetivo”, analisou.

Programação

O evento também terá uma palestra com o economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Mário Sérgio Carraro Teles, que abordará o tema “A Indústria e o Brasil: Uma Proposta de Agenda para o Desenvolvimento Regional”. Além disso, ainda estão programados painéis sobre a Sudeco e BDCO, com o diretor de implementação de programas e de gestão dos fundos da Sudeco, Cleber Ávila, reforma tributária e incentivos fiscais, com o tributarista goiano Gilvanci Antônio de Oliveira Souza, e logística do Centro-Oeste, com sócio-diretor da Macrologística, Olivier Roger Sylvain Girard.

Após as palestras e painéis, os participantes do Projeto Encontros Empresariais Centro-Oeste – Integrar e Desenvolver formatarão um manifesto dos setores produtivos da Região, além de definirem a data e agenda para a próxima edição do evento, a confirmação dos parceiros do Projeto e o encaminhamento do manifesto às autoridades competentes. Na palestra, Mário Teles abordou a desigualdade regional de renda no Brasil, os avanços recentes na questão do desenvolvimento regional e aprimoramentos necessários na política de desenvolvimento regional.

Ele destacou que a geração de riquezas está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, respondendo por 72,6% do PIB em 2008 e tendo 56,9% da população apesar de ocuparem apenas 17,6% do território. “O Norte, Nordeste e Centro-Oeste possuíam 27,4% do PIB em 2008 e concentravam apenas 43,1% da população apesar de ocuparem 82,4% do território. Apenas o Centro-Oeste representava 9,2% do PIB em 2008, ao passo que sua população correspondia a 7,2% do Brasil e seu território cobre 18,9% do País”, informou, completando que os avanços recentes na questão do desenvolvimento regional são a recriação das superintendências regionais de desenvolvimento, lançamento da PNDR (Política Nacional de Desenvolvimento Regional), programa específica na PNDR para as regiões de fronteira, políticas de transferência de renda do Governo Federal e o aumento do potencial de consumo das regiões menos desenvolvidas.

Mário Teles cita que os aprimoramentos necessários na política de desenvolvimento regional são a necessidade de desenvolver indústrias dinâmicas nas regiões mais pobres, indução ao aparecimento de novas cidades-pólo, condições operacionais dos fundos constitucionais de financiamento, passivo das empresas com os fundos constitucionais de financiamento, criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) e a questão dos incentivos fiscais do ICMS. “Nesse último ponto, há a necessidade de evitar geração de passivos para as empresas, o período de transição para manter rentabilidade esperada dos projetos e novo sistema de incentivos fiscais para o desenvolvimento regional”, finalizou.

 

Por: Da Redação