A bebida considerada legitimamente brasileira foi o fio condutor para o desfile da Grêmio Recreativo Escola da Samba Unidos da Major Gama. A agremiação foi a primeira a entidade a passar pela passarela do samba corumbaense neste ano, abrindo o desfile do Grupo de Aceso na noite deste domingo, 07 de fevereiro.
Com 600 integrantes, a escola lembrou as origens da bebida com a cultura da cana-de-açúcar desde os tempos coloniais até os dias atuais onde a cachaça faz parte da culinária e festejos populares.
O enredo “Cachaça, seja no copo, na garrafa, no gargalo ou no barril: patrimônio histórico cultural do meu Brasil’’ possibilitou ao carnavalesco João Braga mostrar como a bebida foi apropriada em cada parte do país com destaque para a caipirinha, drink que é símbolo brasileiro no mundo.
A comissão de frente representou o sofrimento dos escravos negros no trabalho cultivo da cana-de-açucar. O povo negro também foi destaque com o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira que trouxe nos trajes elementos daquele continente: tecido com estampa de guepardo, dentes de leão em resina e carrancas.
A bateria com 80 ritmistas optou por não fazer o recuo, porém se atreveu a fazer várias paradinhas ao longo da apresentação pela avenida General Rondon.
As baianas simbolizaram a metamorfose com asas de borboletas, pois, na visão do carnavalesco, esse ser alado é o símbolo da transformação, podendo assim se equiparar com os diversos produtos que podem derivar-se da cana.
A Major Gama levou para a avenida, além do abre-alas, apenas dois carros alegóricos, sendo que um deles, intitulado ‘’Rio de Janiero’’, encerrou o desfile, já que nesse estado brasileiro a cachaça recebeu o título de patrimônio cultural.