Ao determinar a apreensão de celulares do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte e de mais 16 pessoas, entre elas três empresários, onze vereadores, um ex-vereador e um secretário municipal, a Justiça abriu caminho para que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) faça devassa nos aplicativos de mensagens usados pelos investigados.
As apreensões são parte da Operação Coffe Break, que apura um esquema suspeito de ter levado à cassação de Alcides Bernal no cargo de prefeito. A reportagem do Midiamax apurou, junto a fontes do Gaeco, que o uso desse tipo de comunicação, seria a forma utilizada para fugir das gravações de ligações que, nos últimos anos, têm se tornado provas importantes em casos de corrupção e crimes correlatos.
Os alvos são, principalmente, o Whatsapp e o Telegram. O primeiro é o aplicativo mais popular, usado para mensagens escritas e que também recebe áudios e imagens. O segundo interessa particularmente à investigação por permitir a destruição das imagens logo após enviadas, ou seja, não deixaria rastros de conversas comprometedoras.
Conforme decisão do desembargador Luiz Cláudio Bonassini, foi determinada a apreensão dos celulares do prefeito afastado, Gilmar Olarte, do presidente afastado da Câmara de Vereadores, Mario Cesar, dos vereadores Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista Nunes, mais conhecido como Chocolate (PP), Carlos Augusto Borges, Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Eduardo Romero (PTdoB), Flávio Cesar (PTdoB) e Otávio Trad (PTdoB), Gilmar da Cruz (PRB); do ex-vereador Alceu Bueno, que renunciou após envolvimento em um escândalo de pedofilia, do secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, que é vereador licenciado, além de João Amorim, dono da empreiteira Proteco, de João Baird, da Itel Informática, e Fábio Portela Machinski, diretor de administração e finanças do IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação) da gestão Olarte.
Os três últimos são investigados pela Operação Lama Asfáltica, que identificou suspeitas de irregularidades na contratação de empresas pelo Governo do Estado, na gestão de André Puccinelli e ainda apontou a suspeita de pagamento de valores aos vereadores para que Alcides Bernal fosse cassado pela Câmara, em março de 2014, o que beneficiou Gilmar Olarte, então vice-prefeito, com o comando da administração municipal.
Com a devassa nos aplicativos de celular, a intenção é procurar mais vestígios que confirmem o esquema para tirar Alcides Bernal (PP) do cargo. Bernal, desde que foi cassado, afirma ter sido vítima de um complô, mas sempre foi derrotado na Justiça. Uma das ações em que ele tenta retomar o cargo será votada nesta tarde, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. (Midiamax)
Por: Da Redação