Ladário

Artista ladarense ministra oficina sobre viola de cocho durante Festival América do Sul Pantanal

Artista ladarense Sebastião Brandão e seu neto

 

Artista ladarense Sebastião Brandão e seu neto

Fazendo parte da programação do 12° Festival da América do Sul, o artista ladarense Sebastião Brandão, mais conhecido como “Seo” Sebastião, ministrará uma oficina de confecção de viola de cocho, com intuito de visar à tradição da região do Pantanal, abrangendo um breve histórico e importância do instrumento desde a sua confecção, seu manuseio e a forma de tocá-la.

Proposta pelo IPHAN em Mato Grosso do Sul, a oficina é uma ação de Salvaguarda que visa garantir a continuidade dessa expressão por meio da melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e reprodução dos saberes que possibilitam a sua existência.

“Seo” Sebastião, que é mestre-artesão e ex-ferroviário, iniciou um projeto no município com o apoio da Fundação de Cultura de Ladário, que tem como objetivo, ensinar jovens entre 18 e 29 anos, na fabricação do instrumento, tradicional na região do Pantanal, possibilitando dessa maneira, as gerações presentes e futuras a preservarem o que se tem de mais precioso, a história do povo pantaneiro com a viola de cocho.

Porém, antes de iniciar as aulas, o artesão encontrou dificuldades de extração da madeira, conhecida como ximbuva ou sarã, que geralmente é encontrada fora do perímetro urbano. Para amenizar a precariedade da obra prima, veio à ideia de testar outros tipos de madeira. E como em seu quintal havia um pé enorme de Seriguela, resolveu fazer o teste em conformidade com as normas ambientais com as devidas autorizações, assim, como outras madeiras, sendo da Amora Branca, mais conhecida na região como Taiúva (Maclura tinctoria). Com resultado positivo, conseguiu seguir a sua inspiração, fabricando um instrumento tão valioso para região pantaneira.

Além disso, o artesão ladarense que confecciona Violas de Cocho desde seus 16 anos de idade, recebeu, em 2014, o Prêmio Culturas Populares 2012 – 100 Anos de Mazzaropi. Um reconhecimento pelo trabalho realizado na Pérola do Pantanal, enraizando seus ensinamentos, mantendo deste forma, a tradição viva para a população, que tanto aprecia a sua arte. Já em 2013 teve seu trabalho nacionalmente reconhecido e a partir desse momento começaram a surgir encomendas de seus artesanatos para serem levados a outras partes do Brasil e até mesmo para o exterior, como para Lisboa em Portugal.

Sebastião de Souza Brandão também possui outras habilidades que o ligam diretamente a viola de cocho. Além de confeccionar a viola, toca perfeitamente o instrumento junto com o grupo de cururueiros ladarenses formado por cinco integrantes, João Damázio (João da Bomba), José Cabral (Zé Pretinho), Gilbertinho Casimiro e Vitalino Soares.

O artista que atua profissionalmente na área desde muito cedo relata que aprendeu com seu pai a confeccionar a viola e a dançar o cururu e siriri (danças acompanhadoras da viola). Na fazenda onde morava, na região do Castelo, eram comuns nas festas, as danças do cururu e siriri, e com isso, foi aprendendo e desenvolvendo o dom de confeccionar a viola.

Para a diretora presidente da Fundação de Cultura Wanessa Rodrigues, essa oportunidade de valorizar o trabalho dos artistas da terra, só vem mostrar que Ladário vem ganhando cada vez mais espaço diante do cenário cultural em Mato Grosso do Sul, principalmente se tratando de uma tradição mantida de geração para geração.

“Tudo isso, além de importante, ajuda na preservação da história do município e também tem o intuito de levar o conhecimento do instrumento a gerações futuras. Todos estão de parabéns em participar e colocar em pratica essas manifestações”, comentou Wanessa.

Oficina no Festival América do Sul Pantanal

Destinada a doze aprendizes, ela abrange breve histórico e importância da viola-de-cocho no contexto cultural sul-mato-grossense; aulas de dança do siriri, a qual compõe o universo da viola-de-cocho; aulas práticas do modo de fazer a viola-de-cocho. As ferramentas utilizadas durante as oficinas serão fornecidos pela Instituição. As inscrições serão realizadas no IPHAN em Corumbá.

Além disso, o curso que será ministrado pelo artista ladarense, contará com a presença de Vilmara da Silva Martins (MT) na sede do Iphan-MS. Dentro do Festival, o Workshop da Viola de Cocho acontecerá 3 dias, no período matutino e vespertino com duração de 3 horas cada sessão. Cada turma terá no máximo 12 aprendizes e vagas para ouvintes. O conteúdo abrangerá um histórico e importância da viola-de-cocho no contexto cultural sul-mato-grossense; aulas de dança do Siriri, a qual compõe o universo da Viola de Cocho e aulas práticas do modo de fazer a Viola de Cocho. As ferramentas utilizadas durantes as oficinas serão fornecidos pelo Iphan/MS. (Assessoria de Imprensa-PML)

 

Por: Da Redação