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Estado terá R$ 150 milhões para expandir produção de pescado

 

O senador Waldemir Moka (PMDB) anunciou ontem (23), no plenário do Senado, investimento de R$ 150 milhões para aumentar a produção de pescado no município de Selvíria, em Mato Grosso do Sul. É o maior investimento feito no país na produção de peixe em cativeiro.

Moka recebeu a notícia por meio do ministro da Pesca, Helder Barbalho. O senador sul-mato-grossense tem apresentado vários projetos ao Governo para desenvolver a piscicultura no Estado. Um deles está previsto para a região da Grande Dourados.

Os investimentos, de acordo com Moka, deverão gerar 1,8 mil empregos diretos e 3 mil indiretos. O peixe escolhido é a tilápia. “É um peixe de fácil criação e manejo, o que tem levado os técnicos da área escolhê-lo para produção em cativeiro”, completa.

Selvíria, na região do Bolsão no Estado, está localizada nas margens do rio Paraná, um dos maiores rios do país. De acordo com o ministro, a área de 50 hectares, onde será construído o frigorífico, foi comprada semana passada. “Está tudo certo”, garantiu.

O investimento terá 100% de capital próprio da Tilabras, empresa formada pela americana Reagal Springs, a maior e mais eficiente produtora de tilápia do mundo, e a brasileira Axial. “Com esse investimento, esperamos dobrar nossa produção anual de pescado, hoje em torno de 150 mil toneladas”, afirma o ministro.

A empresa começa a operar em 2016 e deverá atingir o seu regime em 2021, com previsão de produção de 100 mil toneladas por ano de tilápias, 32 mil toneladas de filés e um faturamento anual de R$ 1 bilhão, alcançado no mercado interno e com exportações para Estados Unidos, Comunidade Européia, Japão, Mercosul e China.

A expectativa do ministério é que, sete meses após o início das atividades, 20 milhões de filhotes de peixe, pesando 30 gramas, sejam transferidos para gaiolas de aço flutuante no rio Paraná. Seis meses depois, com quase um quilo, será comercializado o primeiro lote.

Baixo consumo

Dados do Ministério da Pesca mostram que o brasileiro consome apenas dez quilos de peixe por ano, bem distante da média mundial, que é de 19 kg por pessoa, e inferior aos 12 kg recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O ministro explica que sete Estados foram procurados para ajudar a destravar o licenciamento ambiental da atividade, com o compromisso das empresas provarem que não irão poluir as águas com excesso de ração, dejetos e animais mortos, além de evitar que essa espécie se espalhe pela Amazônia, onde a criação é proibida.

Moka atribui a escolha de Selvíria para receber os investimentos, estimados em R$ 150 milhões, às excelentes condições oferecidas pela região, como a grande produção de soja, principal insumo da ração, reserva de água doce e o clima quente que favorece a engorda dos peixes, ao mesmo tempo em que o consumo global cresce.

Saiba mais sobre os investimentos

. Incubadora com capacidade de produção de 15 milhões de alevinos/mês em dois anos, com desenvolvimento de linhagens próprias.

. Fazenda de engorda com licença de 600 hectares de espelho d’água no rio Paraná, em Selvíria, com capacidade de produzir 100 mil toneladas/ano, em cinco anos. Início das atividades previstas para 2017.

. Frigorífico e fábrica de farinha de peixe, com quatro módulos e capacidade de abate de 25 mil toneladas/ano, em dois turnos, chegando a 100 mil toneladas/ano no quinto ano, além da capacidade de produção de 32 mil toneladas de filé de tilápia/ano e 25 mil toneladas de farinha e óleo de peixe.

. Fábrica de ração composta por quatro módulos de capacidade de 40 mil toneladas/ano, em dois turnos, atingindo no quinto ano sua capacidade de 160 mil toneladas/ano; com incubadora, engorda, frigorífico, fábrica de farinha de peixes e fábrica de rações.

. Geração de empregos que, ao final do projeto, representará a contratação de aproximadamente 1.850 funcionários diretos com a geração de outros 3 mil empregos indiretos na região. (Ministério da Pesca e Aquicultura)

 

Por: Da Redação