Corumbá

Código Florestal: produtores do Pantanal pedem reavaliação de estudos da Embrapa

 

Os produtores rurais do Pantanal solicitaram ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) uma reunião para tratar dos cálculos econômicos relativos à nota técnica apresentada pela Embrapa Pantanal, a qual norteará a regulamentação do Cadastro Ambiental Rural e a porcentagem de supressão vegetal na planície, atendendo ao artigo 10 do novo Código Florestal Brasileiro.

Representantes do Sindicato Rural de Corumbá, da Famasul e da Unipan (União dos Pantaneiros da Nhecolândia) participaram do encontro promovido pelo Imasul e Embrapa Pantanal, nesta quinta-feira, onde a instituição de pesquisa federal, com sede em Corumbá, apresentou uma nova versão da nota técnica, porém sem levar em conta os dados econômicos compilados pelo pesquisador Urbano Gomes Pinto Abreu.

Consenso

O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguiar Leite, disse que os cálculos econômicos, assim como os ecológicos detalhados pelo corpo técnico da Embrapa nesta nova apresentação, são fundamentais para se estabelecer, criteriosamente, as regras e sistemas para o uso da terra no Pantanal em cumprimento ao Código Florestal, cuja lei, nº 12.651, foi sancionada em maio de 2012.

“Nosso objetivo é chegar a um consenso entre os cálculos ecológicos e econômicos para que se defina uma porcentagem ideal para a supressão vegetal, de modo que mantenha a conservação do Pantanal, garantida por mais de dois séculos pelos pantaneiros, e viabilize a atividade bovina”, explicou o dirigente ruralista.

Para o representante da Famasul, Ruy Fachini, a participação do produtor na discussão e definição das novas normas de exploração econômica do Pantanal é fundamental, assim como as instituições ambientais e outros segmentos da sociedade. “O pantaneiro está ali há mais de 270 anos e espera ser reconhecido. Se 85% do Pantanal está preservado deve-se a consciência desse produtor”, disse Fachini.

Ajustes

Ficou definido, após o debate na Embrapa Pantanal, que o índice econômico recolhido pela instituição será reavaliado em reunião do Imasul com técnicos da Famasul, Unipan e Sindicato Rural de Corumbá na próxima segunda-feira, 20. Os indicadores, segundo Luciano Leite, não podem ser descartados e permitirão os ajustes de forma a manter a sustentabilidade ecológica e também econômica do bioma.

Participaram da reunião na Embrapa Pantanal, representando a classe produtora do Pantanal de Mato Grosso do Sul, o secretário da Famasul, Ruy Fachini Filho, acompanhado de advogados, biólogos e agrônomos da entidade; diretores do Sindicato Rural de Corumbá; o presidente da Unipan, André Coelho; e o diretor da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), Luciano de Barros.

 

Por: Da Redação