Na Copa 2014, até quando é ruim, é bom. Honduras e Equador fizeram na Arena da Baixada, em Curitiba, um dos jogos com menor expectativa da primeira fase do torneio. Mas, mesmo em um confronto muito brigado e sem grandes astros do futebol mundial, não faltaram gols. No final, o placar de 3 a 2 para o Equador manteve todos os times do grupo com chance de avançar às oitavas-de-final, embora a França só possa ser eliminada com uma combinação de resultados que seria, mais que histórica, catastrófica.
A seleção equatoriana precisou manter o controle emocional para buscar o resultado positivo com um roteiro exatamente oposto ao do jogo de estreia contra a Suíça. Se naquela partida o time sul-americano saiu na frente e cedeu a vitória ao rival no fim, desta vez viu Honduras marcar primeiro, mas teve a capacidade de reagir e virar o jogo com dois gols de Enner Valencia.
O irmão menos famoso de Antonio Valencia, aliás, é uma das grandes surpresas da Copa até agora. Autor também do único gol de sua seleção no jogo de estreia, ele se igualou a Benzema, da França, Mueller, da Alemanha, e Robben e Van Persie, da Holanda, como um dos artilheiros do Mundial.
Após duas rodadas, o grupo E tem a França praticamente classificada, com seis pontos e seis gols de saldo. Suíça e Equador têm os mesmos três pontos, embora o saldo dos europeus seja de dois gols negativos e o dos sul-americanos esteja zerado. Contudo, até Honduras tem chances de avançar, embora a missão seja muito complicada. Para isso, precisa golear a Suíça e torcer para que o Equador seja goleado pela França.
Jogo brigado e defesas generosas
Da lista de adjetivos que poderiam definir o primeiro tempo, “monótono” não faz parte. Com apenas três segundos de jogo, o hondurenho Costly cometeu a primeira falta. Na sequência, em dez minutos de bola rolando, os primeiros chutes a gol revelaram a insegurança dos dois goleiros e a tendência de um jogo brigado e em alta velocidade.
O árbitro australiano Benjamin Williams marcou 14 faltas nos 45 minutos iniciais, mas esse número não reflete com exatidão a rispidez de muitas jogadas. Levemente superior e menos violento, o Equador ameaçou dominar a partida. Mas em um duelo de ataques pouco inspirados, os gols vieram em falhas defensivas.
Aos 30 minutos, Beckeles deu um chutão apenas para afastar a bola da defesa hondurenha, mas Costly acabou ganhando de Guagua e saiu livre, cara a cara com Dominguez, e não perdoou: chutou forte, de esquerda, longe do alcance do goleiro equatoriano. A vantagem, porém, durou pouco. Três minutos mais tarde, Paredes arriscou de fora da área. Depois de desviar em Claros, a bola parecia sair sem perigo, mas Enner Valencia foi mais rápido e chegou na segunda trave tendo o trabalho apenas de empurrar para o fundo do gol.
Dominguez brilha no gol, Enner Valencia no ataque
A dinâmica do segundo tempo apresentou pouca mudança em relação ao primeiro. Embora Honduras tenha tentado construir suas jogadas com mais toque de bola e menos lançamentos, aos poucos Equador voltou a impor seu domínio, chegando com frequência à linha de fundo adversária, mesmo que isso resultasse mais em escanteios e menos em chances reais de gol.
Aos 12, o time sul-americano reclamou muito de um pênalti não marcado em cima de Caicedo, que recebeu um toque na canela, mas insistiu na jogada. No minuto seguinte, Bangtson chutou forte de fora da área e exigiu uma boa defesa do equatoriano Dominguez, que ainda trabalharia bem em outras ocasiões, se redimindo da insegurança mostrada no começo do jogo.
Se os escanteios não resolviam, outra bola parada resolveu. Aos vinte minutos, Ayovi cobrou falta da esquerda do ataque equatoriano e colocou a bola na pequena área hondurenha. Melhor posicionado que os defensores, Enner Valencia subiu para marcar o gol da virada de cabeça e se igualar a Benzema, Mueller, Robben e Van Persie como um dos artilheiros da Copa.
Em desvantagem e vendo suas chances de classificação minguarem, o time de Honduras foi para o tudo ou nada nos minutos finais e chegou com perigo à área equatoriana, mas não conseguiu voltar a balançar às redes. Com a derrota, a esperança da equipe fica depositada em uma vitória sobre a Suíça na última rodada da fase de grupos, combinada com uma goleada da França sobre o Equador. (IG)
Por: Da Redação