Corumbá

Contraprova, feita a pedido da Prefeitura, confirma morte por H1N1

Em coletiva, autoridades descartaram a existência de um surto da doença em Corumbá (Foto: Marcos Boaventura)

 

Em coletiva, autoridades descartaram a existência de um surto da doença em Corumbá (Foto: Marcos Boaventura)
A Prefeitura, em nenhum momento, escondeu absolutamente nada sobre esse assunto”, afirmou o prefeito Paulo Duarte (Foto: Marcos Boaventura)

Uma morte causada pelo vírus Influenza A (H1N1) foi confirmada na quarta-feira, 12 de fevereiro, pela Prefeitura de Corumbá. O primeiro exame, realizado no Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacem-MS), foi negativo para a doença. Uma análise mais minuciosa, realizada no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, a pedido da Prefeitura, acabou confirmando o H1N1 como agente causador da morte.

“A Prefeitura, em nenhum momento, escondeu absolutamente nada sobre esse assunto”, afirmou o prefeito Paulo Duarte, durante entrevista coletiva. O resultado do segundo exame só foi concluído na noite da última terça-feira, dia 11. Outros dois casos suspeitos estão sendo analisados pelo laboratório paulista e outros dois foram completamente descartados para o Influenza A.

“Lamentamos profundamente todas essas mortes. Há interesse absoluto da Prefeitura em continuar investigando esses fatos e tudo será devidamente divulgado para a imprensa e toda população corumbaense”, complementou. Lideranças comunitárias, diretores da Rede Municipal de Educação, secretários e vereadores participaram da coletiva, realizada no auditório do paço Municipal.

Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, o médico infectologista Rivaldo Venâncio da Cruz também participou do ato e voltou a negar a existência de uma epidemia de H1N1 ou de pneumonia em Corumbá. “Estou convencido que não há uma epidemia de gripe acontecendo aqui. As causas dessas mortes não têm relação entre elas”, reforçou o especialista, que há quase 20 anos vem acompanhando a Saúde Pública do município.

“É uma irresponsabilidade falar em um surto de H1N1 em Corumbá neste momento”, ratificou o médico Manoel João Oliveira, chefe do Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa e responsável pelo atendimento das cinco vítimas. “Tive contato com todos esses pacientes utilizando pouca proteção. Mesmo assim ninguém da nossa equipe e nem da minha família ficou doente”, relatou.

O presidente da Junta Interventora que administra a Santa Casa, Cristiano Xavier, aproveitou para negar os boatos de que vários médicos da instituição estivessem internados com pneumonia. “Como já havíamos dito no começo da semana, um médico foi internado com pneumonia bacteriana. Ele apresentou os sintomas depois de um dia de pescaria, quando se expôs a muita chuva. Ele foi medicado e está se recuperando em casa”, explicou Cristiano.

Todos foram veementes ao afirmar que não há nenhum motivo para pânico pela população. “No Pronto Socorro, toda a equipe participou de uma capacitação sobre manejo clínico do H1N1 no ano passado e o protocolo já está em funcionamento”, garantiu o chefe da unidade de saúde, Rogério Takaki Bento.

“Vamos respeitar o protocolo do Ministério da Saúde. Seguiremos, como todos os anos, o cronograma de vacinação elaborado em Brasília”, disse a secretária municipal de saúde, Dinaci Ranzi. A campanha nacional contra o H1N1 deve começar em abril, com a imunização dos grupos considerados de risco: gestantes, mulheres no período pós-parto (até 45 dias), crianças de seis meses a dois anos de idade, adultos com mais de 60 anos, indígenas e trabalhadores na área de saúde.

 

Por: Da Redação