Um problema antigo vem gerando nova polemica entre os moradores da região de Maria Coelho, 45 km distante de Corumbá, e a Mineradora Vale. Ocorre que a empresa havia se comprometido a fazer uma nova “bica” para os moradores abastecerem com água potável, já que a existente não supria a necessidade, gerando longas filas entre os os carros pipas que molham a estrada para evitar poeira e, os carros de moradores que tem na engrenagem a unica fonte de abastecimento de água doce, incluindo moradores do assentamento São Gabriel.
Ha muitos anos esta situação vem persistindo, porque a empresa adquiriu a maior parte das pequenas propriedades no entorno da morraria onde são extraidos minerio de ferro e manganês. Mais de 150 pessoas resistem aos impactos causados pela extração e lavagem de minério que já resultou na explosão de uma mina e culminou com a extinção de um manancial na região de Urucum. Desastre provocado pela mesma mineradora que, ja foi multada pelos órgãos ambientais após ação civil movida pelo Ministério Público e comprovada a culpabilidade da empresa.
Desta vez, segundo o sitiante Francisco Sobrinho, ha mais de um mês a Vale fez reunião com os moradores e se comprometeu a fazer uma nova fonte de abastecimento de água para a comunidade, a conhecida “bica” que jorra dia e noite na estrada de acesso às minas e aos pequenos sitiantes, que ainda persistem na região.
Os moradores confiaram nesta promessa, mas apesar de terem cumprido , não há como entrar no local para armazenar a água devido a dificuldade no acesso, ao contrário do que foi feito para abastecer veículos de terceirizadas que trabalham para a mineradora, “não da para entrar carro, nem burro, porque os buracos são imensos e a água jorra no meio do mato. Não foi esse o combinado. Custava fazer igual ao deles para os moradores? Falam tanto em contra partida social, mas se esquecem que vivemos aqui ha mais de 50 anos e temos nossos direitos como qualquer cidadão” , disse Francisco, salientando que se não resolverem o problema na próxima sexta-feira vão protestar, trancando a única via de acesso, o dia todo, “nenhum caminhão vai passar por aqui. Eles precisam ter consciência da nossa situação, ate porque dentro do reservatório o cano que abastece seus veículos esta mais abaixo que o nosso e, a consequência é quando as águas abaixarem só vai entrar no cano inferior e nós vamos ficar a ver navios” .
A reportagem percorreu todo local durante a tarde desta segunda-feira, 17 e constatou que realmente a situação é calamitosa, além da velocidade dos caminhões que trafegam no local ser assustadora, “imagine o perigo na época de aulas. Dezenas de crianças correm perigo de morte. O ideal seria que construíssem uma passarela”, sugeriu o morador. (Reportagem do site Capital do Pantanal, por Sylma Lima)
Por: Da Redação