Corumbá

Festival América do Sul homenageia Rio Paraguai, suas histórias e personagens

 

A décima edição do Festival América do Sul, que acontece este ano, vai homenagear o Rio Paraguai, suas histórias e seus personagens com o tema: Venha Navegar no Rio das Artes. O Festival promovido pelo governo do Estado com a parceria da Prefeitura vai falar sobre a trajetória de cinco personagens que marcaram a cultura, música, artesanato, e a literatura em Mato Grosso do Sul.

O 10º Festival América do Sul acontece de 1º a 5 de maio na cidade de Corumbá e vai convidar a todos para navegar em um rio de artes com shows nacionais e internacionais; apresentação de dança, teatro, artes plásticas, cinema, literatura, artesanato, palestras e debates, transformando Corumbá no centro cultural da América do Sul e reunindo representantes do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Homenageados

As homenagens do 10º Festival América do Sul contam histórias de personalidades como João de Arruda Pinheiro, que começou seu trabalho navegando nas águas do rio Paraguai. Seu grande sonho sempre foi viver exclusivamente da navegação, tendo sua própria embarcação. Este sonho tornou-se realidade e atualmente João transporta passageiros pelo Pantanal e conhece toda a região pantaneira. Sua maior dificuldade foi tirar a carteira marítima. João nunca tinha frequentado uma escola e aprendeu a ler e escrever com sua irmã. Aos 60 anos de idade é contra-mestre fluvial.

Outro homenageado é Wilson de Oliveira. Ele aprendeu a tocar sozinho aos 15 anos. Ainda adolescente começou a dedilhar algumas músicas para tocar na festa do Divino e hoje ele é o sanfoneiro oficial da festa. Para sustentar a família seu Wilson virou caminhoneiro e leva frete para as fazendas da região. Há cinco anos montou o grupo “Alma Chamamezeira” e sempre que tem um tempo livre toca nos bailes. Wilson fez da música sua companhia nas estradas do Pantanal.

A artesã Josefina Alves Ribeiro (in memorian) também será homenageada na 10º edição do Festival América do Sul. Ainda jovem ela aprendeu com a mãe e a avó a tecer tapeçaria, abanicos e outras peças artesanais com fibras naturais, como o aguapé. Em 1976 a artesã proporcionou a redescoberta do povo Guató graças a um tapete feito de fibra de aguapé, feito no Pro Sol, atual Casa do Artesão. Ela faleceu em 9 de junho de 2012, mas antes ensinou a muitas mulheres toda sua arte, visando sempre a sustentabilidade do artesanato em aguapé, típico dos Guató. Josefina é símbolo da resistência cultural de um povo que já dominou o Pantanal.

Ivone Torres Moraes foi precursora da festa de São Pedro. Sua história com a festa já existe há cerca de 30 anos. A primeira delas foi motivada por um momento de tristeza vivido pela morte de sua irmã. Um convite dos padres Fortunato e Chico e da irmã Francisca trouxe Ivone para fazer parte da Comunidade Católica de São Pedro, dando início aos trabalhos de reza e solicitação de ajuda, de casa em casa, em nome do santo. Com os recursos arrecadados ela faz uma grande festa em homenagem a São Pedro. A partir de então fica a tradição de que todo o ano seja feita procissão terrestre e fluvial para que São Pedro proteja os pescadores da região.

O escritor e ex-embaixador do Paraguai na França, Rubén Bareiro Saguier, também será homenageado no Festival. Nascido na beira do Rio Paraguai ele traz para a sua obra toda a beleza do rio. A sua literatura traz livros como “El rio ,la vida”, A la Víbora de la Mar, Literatura Guaraní del Paraguay, El Séptimo Pétalo del Viento, Ojo por Diente, entre outras.

 

Por: Da Redação