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Cúpula tenta derrubar presidente e acirra disputa pelo comando do PMDB em MS

Na defensiva, Esacheu destacou o apoio da militância e reafirmou não aceitar goela abaixo acordo de caciques

 

De olho no comando estadual do PMDB, a cúpula votou, neste sábado (24), pela continuidade de Carla Stephanini na presidência do partido em Campo Grande e reforçou o desejo de tirar Esacheu Nascimento do posto de presidente estadual. Ele, no entanto, destacou o apoio da militância e reafirmou não aceitar goela abaixo acordo de caciques.

“Sou candidato das bases, não posso virar as costas para nove mil pessoas que demos cursos e trabalhamos nos diretórios simplesmente por uma decisão de cúpula”, avisou Esacheu. “Nós queremos que a base respeite as nossas lideranças, mas também estamos cobrando que as lideranças respeitem o sentimento de nossa militância”, acrescentou.

Alheia ao suposto apoio das bases, a cúpula frisa que a saída do presidente regional é unanimidade e não tem mais volta. “Está descartada (a permanência de Esacheu), não dá para continuar, hoje ele tem unanimidade para sair”, disse o senador Waldemir Moka (PMDB).

Apesar de tecer elogios ao dirigente, o deputado estadual licenciado Carlos Marun (PMDB) fez coro ao discurso. “O Esacheu é um dos homens mais íntegros que conheço, mas pra essa função, neste momento, o ideal seria a rotatividade”, defendeu. “Acho que está na hora de renovar”, engrossou o presidente da Câmara Municipal, Paulo Siufi (PMDB).

A declaração do vereador vem em apoio ao prefeito Nelsinho Trad (PMDB), depois de ter sido preterido por Esacheu para concorrer ao governo em 2014. “Eu acompanho o meu prefeito e o meu prefeito diz que precisa renovar e vamos buscar a renovação”, reforçou Siufi.

Esacheu, por sua vez, pregou imparcialidade e negou preferência pela candidatura da vice-governadora Simone Tebet (PMDB), apesar de ter declarado ao Midiamax que ela seria a candidatura “natural” do partido. “A minha posição, como presidente, sempre foi de isenção, eu jamais preteri o Nelsinho, eu só disse que ele tem que se submeter às regras do partido”, enfatizou.

Em defesa de Esacheu, o marido de Simone, deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB) disse que o dirigente apenas manifestou uma vontade pessoal. “Ele falou que prefere a Simone, mas não falou que o Nelsinho não poderia ser candidato, falou apenas de uma escolha pessoal”, ponderou.

Para Marun, o fato é que a declaração de Esacheu abriu crise na relação com Nelsinho e acaba colocando em xeque a imparcialidade do dirigente no processo de escola do candidato do PMDB à sucessão de Puccinelli. “Nesse momento, eu entendo que no comando do partido precisamos de uma pessoa que não tenha tido arestas de nenhum lado”, sugeriu.

Esacheu destacou o apoio da militância e reafirmou não aceitar goela abaixo acordo de caciques

Panos quentes

Apesar da resistência do presidente estadual, o governador ainda acredita no consenso. “Eu tenho falado com o Esacheu, acho que vamos conseguir conciliar, é a melhor maneira”, defendeu. Neste sentido, ele planeja para o início de dezembro uma reunião a fim de aparar as arestas. “Nós vamos por todo mundo numa sala e discutir entre nós, o diálogo, nos dias de hoje, resolve as coisas”, finalizou.

Confiante, Rocha aposta na habilidade de Puccinelli. “O André vai convencer o Esacheu (a recuar), o momento é de diálogo para fazer as coisas caminharem do jeito certo”, declarou. “Unido já é difícil, imagina rachado”, completou.

Nomes

Diante da certeza de tirar Esacheu do comando estadual, parlamentares cogitam nomes, como de Moka e do deputado estadual Júnior Mochi, atual vice-presidente do PMDB, para dirigir o partido em ano de eleições estaduais. “Acho que agora tem o Júnior Mochi, um cara bom, talentoso e tradição de nome no partido”, sugeriu o senador.

Puccinelli e Nelsinho cogitam a volta de Moka, mas, a princípio, ele descarta a possibilidade. “Só se for para evitar disputa, porque, neste caso, não vou me omitir”, afirmou. “Eu acho que ta na hora de dar uma oxigenada ali dentro, o Moka aglutina muito. Outro nome bom é o Júnior Mochi”, disse Nelsinho. Também já foi cotado o nome do ex-deputado estadual Youssif Domingos. (Midiamax)

 

Por: Da Redação