Os três homens presos na última quarta-feira por golpe a inadimplentes com a Prefeitura Municipal de Campo Grande e também ao próprio órgão, agiam, pelo menos, desde setembro do ano passado.
A informação é do delegado Ricardo Santos de Carvalho, da Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações), responsável pela investigação.
Segundo ele, após receber os primeiros cheques sem fundos, a empresa responsável pelo recebimento de tributos atrasados percebeu possível fraude e alertou seus funcionários, resultando na desarticulação do grupo.
O delegado explica que um dos presos era o responsável pelo contato com os inadimplentes. Ele anotava o número da inscrição do imóvel junto à prefeitura e com o comparsa conseguia pela internet a guia com o valor atualizado da dívida.
Com a guia em mãos contactava novamente o inadimplente e dizia que poderia pagar com valor inferior ao total da dívida, mas, para isso, cobraria uma porcentagem.
Acreditando ser um ‘bom negócio’, o devedor confiava ao golpista o dinheiro para pagamento, que não era efetuado de fato.
O golpista ia até o caixa para pagamento e o fazia com cheques. “O primeiro cheque era furtado, mas depois passaram a usar sem fundos”, disse o delegado.
O cheque não era compensado e a pessoa continuava com a dívida. O inadimplente e a prefeitura ficavam com o prejuízo. Além do dinheiro que receberia pela ‘ajuda’ ao devedor, o golpista ficava com o montante que seria pago à administração municipal.
Em uma folha de cheque eles reuniam o pagamento de várias guias, por isso, no momento do flagrante, José Gilberto Fragas Ferreira, 43 anos, estava com uma folha preenchida no valor de R$ 380.512,97.
Ele foi preso quando tentava ‘pagar’ dívidas. A funcionária que o atendeu desconfiou e acionou a Guarda Municipal, a qual chamou a Dedfaz. Com José Gilberto havia outra folha de cheque preenchida no valor de R$ 40 mil, conforme informações do delegado.
Com a prisão de José Gilberto a Polícia chegou até os outros dois envolvidos: Ricardo Mário Mattos de Oliveira, 37 anos, e Tércio Moacir Brandino, 49 anos.
Na residência de Tércio foram apreendidos carimbos, documentos falsos e petrechos utilizados para falsificação. Documentos estes não relacionados ao pagamento de IPTU.
Sobre as vítimas, Ricardo Carvalho afirma que serão identificadas e chamadas para depor. “A maioria é de pessoas humildes”, diz. A quantidade de vítimas e o montante arrecadado pelos golpistas ainda está sendo calculado.
O esquema já estava sendo investigado pela Delegacia onde tramitam quatro inquéritos. Os três envolvidos já têm passagens pela Polícia. (Informações do CG News)
Por: Da Redação