Assim que tomou conhecimento da operação deflagrada na quinta-feira (31) pela Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Estadual (MPE), o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira (PT), determinou que a Procuradoria Geral do Município adotasse todas as medidas necessárias para esclarecer o assunto. Durante entrevista coletiva realizada na tarde dessa sexta-feira, o chefe do Executivo corumbaense garantiu que uma análise preliminar do processo – do qual o Município só teve acesso no final da tarde de ontem – rebateu algumas das acusações lançadas sobre integrantes e ex-integrantes da Administração Municipal.
“Em muitos desses casos, esses procedimentos estão sendo contra-argumentados, rebatidos pelos técnicos da Prefeitura. Muito do que ali foi apontado como irregularidade, alguns de nossos técnicos esclareceram e tem absoluta certeza de que irregularidades que por ventura existiam, já foram solucionadas”, afirmou Ruiter, apontando o relaxamento da prisão temporária de parte dos servidores detidos durante a operação como comprovante dessa apuração preliminar feita pelo Executivo. “Não temos a convicção de várias coisas que ali foram apontadas, mas temos a absoluta certeza que outras não aconteceram. Tanto é verdade que ontem mesmo já foi feita a renúncia de alguns procedimentos”, continuou.
“Até agora não dá para se falar que um servidor A, B ou C de fato cometeu algum tipo de delito. Até mesmo porque na própria ação, no próprio encaminhamento, não se tem valor algum, não se tem determinação de que fulano A, B ou C desviou A, B ou C em recursos. Há indícios, há suspeitas e isso precisa ser devidamente esclarecido”, sustentou o prefeito, que também pediu a população e à imprensa que não façam um julgamento antecipado dos suspeitos detidos durante a operação. “Para nós que vivemos em um Estado Democrático de Direito, todos são inocentes até que se prove o contrário. Nós repudiamos qualquer tentativa de se fazer o contrário. Não dá para uma acusação ser sustentada e, a partir daí, dizer que uma pessoa é culpada”.
“Acreditamos que a Justiça será feita e será punido aquele que comprovadamente cometeu algum deslize”, reforçou. O prefeito ainda questionou a quantidade do efetivo policial empregado na operação. “Fiquei muito mais surpreso por uma ação gigantesca do jeito que me foi passada e não se ter até agora nenhuma fala de que foi desviado; que A, B ou C foi responsável pelo desvio de tanto de recursos. Não se diz nos autos, pelo menos não me foi até agora passado isso, e pelo que tive conhecimento da decisão do meritíssimo juiz que deu a decisão para busca, prisão e para a condução coercitiva, ali não se refere, que em nenhum momento, que a A, B e C desviou algum tipo de recurso. Há apenas indícios e isso está sendo demonstrado durante as entrevistas”.
“Indícios, existem, mas só indícios. A materialização é outra coisa. Eu acho que a gente tem que dar, como disse, à toda aquelas pessoas que estão envolvidas, o direito sagrado que elas têm de serem inocentes até que se prove o contrário. Eu gostaria que isso fosse bem claro, cristalino. Essas pessoas, como eu falei, são mães e pais de família, são filhos. São pessoas que se envolvem, se dedicam à sociedade e devem ser tratados como tal. Vamos chamar de bandidos aquelas pessoas que forem condenadas. Essas sim, vamos criticar, exigir que elas tenham o apenamento que a lei determina. Enquanto isso, vamos dar crédito àquelas pessoas até que a Justiça diga que é culpada. Aí todos nós devemos fazer com que os culpados, aí sim, sejam punidos e definitivamente paguem com a pena que a legislação impõe”, concluiu o prefeito.
Por: Da Redação