Após apreender o carro Corsa Sedan de uma prestadora de serviços, o delegado de Polícia Civil Gustavo de Oliveira Bueno aguarda provas concretas do “dolo” praticado pelo condutor para tipificar o crime. O homem de 33 anos que dirigia o Corsa Sedan confessou o atropelamento alegando escuridão da via. Quanto a omissão de socorro ele alegou, “medo de ser linchado”, o que foi –sabiamente- descartado pelo delegado que preside este inquérito, afinal, quem iria linchá-lo se a rua estava deserta e ele havia atropelados todos da família.
O delegado disse que sua equipe trabalhou incansavelmente desde a madrugada do crime, “decidimos não ouvir as pessoas envolvidas e partir para outra tática investigativa, que foi percorrer as oficinas em busca de carro com as características apresentadas pelas testemunhas e deu certo. O Corsa estava em uma oficina com os vidros trocados, mas no teto havia marcas de afundamento e no vidro substituído havia três pontos de choque, provocados pelas três pessoas atropeladas”, disse salientando que no interior do carro havia varias latas de cerveja e um cheiro forte de bebida alcoólica, “vamos aguardar o exame de DNA feitos com os fios de cabelos das vitimas que foram encontrados nos vidros e exames periciais do veiculo para poder comprovar o dolo (intenção) e autuar o condutor por homicídio doloso. Estamos investigando também se o dono da oficina sabia do caso e trabalhava omitindo da polícia”.
Vários fatores colaboraram para o esclarecimento deste caso em tempo recorde, disse o delegado, “a divulgação na mídia e as denúncias da sociedade”. O nome do autor não foi revelado para o delegado que deve concluir este inquérito em 30 dias. Além de duas mulheres, dois homens também foram atropelados, sendo que um teve ferimentos leves, totalizando quatro vítimas, conforme noticiou o Capital do Pantanal.
Entenda o caso
O condutor de um veiculo Corsa Sedan, quatro portas de cor prata, fugiu ao atropelar quatro da mesma família no Loteamento Pantanal, parte alta da cidade. O acidente aconteceu por volta da meia noite , deste domingo,18, quando oito pessoas saiam em direção a um pagode comemorar um aniversário. Eles andavam a pé quando o carro conduzido por um homem, com som em alto volume os atingiu pelas costas.
Rosimauro Eunicio Garai, 33, morreu no local com traumatismo craniano e perda de massa encefálica. A mulher Marcela da Silva Campo,29, foi jogada no matagal e fraturou a clavícula, o pé esquerdo, dois dedos dos pés e uma costela. A irmã de Marcela, Fabiana Santos Souza, 21, está hospitalizada com suspeitas de traumatismo craniano. O tio das jovens, Juraci Rodrigues Nascimentos está com ferimentos leves e hematomas pelo corpo. O jovem André Luis de Arruda, 19, é a única testemunha capaz de identificar o carro, pois não sofreu nenhuma lesão, uma vez que havia acabado de atravessar a via.
Rosimauro, morto no local, estava prestes a comemorar o aniversário da mulher Marcela, mas foi surpreendido pela tragédia. A viúva quer justiça e pede a polícia para não deixar este crime em vão, “ele largou todo mundo ferido e fugiu. Como se fossemos bicho. Acredito em Deus e este carro vai parar em alguma oficina e será denunciado. Este criminoso precisa pagar por isso, afinal quem vai sustentar meus três filhos”, indagou a mulher, também vítima do atropelamento. (Reportagem Capital do Pantanal)
Por: Da Redação