Na segunda rodada de negociação representantes patronais das escolas particulares de Mato Grosso do Sul (Sinepe/MS) e de trabalhadores (Sintrae/MS) não chegaram a um consenso hoje pela manhã. O impasse ficou por conta dos pisos salariais da categoria, os patrões querem pagar só o salário mínimo aos administrativos e auxiliares, critica o professor Ricardo Froes, presidente do Sintrae/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino).
Para o sindicato laboral, pagar apenas o salário mínimo para essas duas categorias significa “exploração trabalhista”, pois “o mínimo numa negociação justa e honesta deveria a manutenção do ganho real do ano passado em relação piso e salário mínimo nacional. Os negociadores patronais não aceitam manter o piso da categoria no patamar de ganho na mesma proporção do ano passado”, critica o sindicalista.
Froes explicou que no ano passado, o Salário Mínimo era de R$ 545,00 e o piso do Administrativo era de R$ 620,27. Logo, os trabalhadores tinham uma diferença de ganho de R$ 75,27 em relação ao mínimo nacional, “para que os trabalhadores mantenham o mesmo ganho do ano anterior é preciso que as escolas particulares paguem um piso salarial de R$ 713,00 e é isso que eles se negam a pagar”, explicou.
O pior, segundo o presidente do Sintrae/MS, é que os representantes patronais propuseram reajuste diferenciado aos trabalhadores, de 6% aos Administrativos e de 8% aos Auxiliares. “Isto jamais poderá ser aceito na concepção dos representantes dos trabalhadores, pois não se pode fazer diferença entre um e outro. Por que não aplicar os mesmos 8% aos Administrativos e Auxiliares? Questiona o sindicalista que critica a “visão deturpada da realidade nacional, uma vez que o PIB apresenta crescimento econômico e as escolas cada vez mais crescem em ganho real, mas não querem promover distribuição de renda, na verdade querem pagar menos para ganhar mais”, comenta.
Enquanto de um lado o Sinepe/MS endurece nas negociações, algumas escolas agem diferente. São mais flexíveis e reconhecem a importância da participação dos empregados. Segundo Froes a Funlec é uma dessas instituições que valorizam o profissional. Ela, assim como outros, já adiantou 10% de reajuste salarial, pagos sobre os vencimentos de fevereiro.
Para Ricardo, o Sinepe-MS precisa mudar a visão, e valorizar mais os trabalhadores das escolas particulares. “É fato que na visão atual quer pagar menos que um salário comercial e de pequenos comércios da capital. Já é tempo de mudanças, o País é a sexta economia do mundo e ainda estamos vivendo na situação do subdesenvolvimento que estavam a duas décadas atrás”.
Espera-se que os patrões que estavam à mesa de negociação hoje tenham consciência do que estão promovendo, na exata dimensão de suas propostas injustas.
“Os trabalhadores representados pelo Sintrae-MS podem ter a certeza de que a comissão negociadora fará o melhor por eles sem o medo que eles impõem a nós no mundo do trabalho. Medo da retaliação, medo da demissão, medo do fechamento de escolas, medo da manutençao do trabalho…..Esse medo já foi o tempo, hoje o mercado de trabalho impõe justiça social e honestidade nas tratativas negociais. Eis o desabafo de quem está à frente de nossa entidade e se orgulha dela”, finaliza o presidente do Sintrae/MS. (Informações de Wilson Aquino)
Por: Da Redação