“O processo de adoção tem avançado em Corumbá, tanto a solidariedade das pessoas quanto a compreensão de que o ato de adotar não é simplesmente de solidariedade, mas sim um ato que reflete na vida tanto da criança como também daquele pai, daquela mãe, tornando-se uma família”, a afirmação é do juiz Mauricio Cleber Miglioranzi Santos, titular da 1ª Vara Civil, que engloba a Vara da Infância e Juventude de Corumbá.
Ele participou ontem, terça-feira, 28, da sessão solene realizada pela Câmara Municipal, em alusão à Semana Municipal da Adoção e Acolhimento de Corumbá, oportunidade em que ressaltou que existem crianças e adolescentes aguardando uma família adotiva, principalmente devido à crise econômica, “uma dificuldade social que existe e nós não podemos fechar os olhos diante desse problema”.
Lembrou que, hoje, em Corumbá e Ladário, 36 se encontram em condições de adoção, mas apenas seis casais estão habilitados. “É uma conta que não fecha justamente porque o perfil dos adotantes ainda é um perfil que limita bastante a faixa etária, limita a adoção em grupos de irmãos”.
Destacou o evento realizado pela Câmara que permite debater, trazer à tona e a toda a sociedade, para que participe mais, seja parceira. Por isso mesmo aproveitou o evento para convidar a população a conhecer as casas acolhimento, conhecer as crianças e adolescentes que estão nos abrigos de Corumbá e Ladário.
PROJETO PADRINHO
O juiz lembrou que as casas de acolhimento não estão abertas apenas para quem tem pretensão adotiva. Destacou que em Corumbá, há também o Projeto Padrinho, uma iniciativa da Justiça, que trabalha de forma paralela ao Projeto de Adoção.
“A casas de acolhimento estão de portas abertas para aquelas pessoas que desejam fazer parte do processo. Todas as contribuições são bem-vindas para o desenvolvimento adequado das nossas crianças”, enfatizou.
Outro fato destacado pelo juiz foi que, Corumbá, é uma das poucas cidades brasileiras que conta com uma ferramenta importante para debater, conscientizar as pessoas em torno de um problema que é bastante sério: a Semana Municipal da Adoção e Acolhimento.
Ressaltou ser preciso debater o tema de forma frequente, que é preciso transpor um sério problema, a “genética herança social”, que é preciso voltar as atenções para a construção da “possibilidade de amar e a partir daí evoluir”.
Se emocionou ao compartilhar a complexidade e a beleza da paternidade no Poema Enjoadinho, de Vinícius de Morais, que aborda de maneira irônica e profunda, a dualidade da experiência de ser pai. A letra inicia com uma aparente rejeição à ideia de ter filhos, sugerindo que a vida sem eles seria mais simples e tranquila. Mas, essa perspectiva inicial é desafiada pela curiosidade e pelo desejo inerente de experimentar a paternidade.
*Assessoria de Comunicação da Câmara