A última noite do Carnaval de Corumbá 2024 foi uma viagem pela história, tradição e a vocação da maior cidade do Pantanal em realizar uma das animadas e representativas festas de momo do interior do Brasil. A grandeza do Carnaval Corumbaense foi alicerçada em uma rica mistura de culturas, muitas das quais evidenciadas na noite dessa terça-feira.
O bloco Afoxé abriu o desfile trazendo boas energias aos foliões. Ao som de atabaques, com incenso e água de cheiro, os integrantes pediram bênçãos para que a noite de folia fosse marcada pela alergia e diversão. O Afoxé é um ritmo composto por conjunto instrumental e vocal, imortalizado na Bahia e trazido para Corumbá.
Em seguida, o desfile do Corso apresentou quase 50 veículos antigos que, décadas atrás, faziam a festa dos foliões pelas históricas ruas do Centro de Corumbá. A passagem dos bonecões e da Corte de Momo precederam outra parte marcante da festa local: o desfile das Pastorinhas. Senhoras de diferentes idades encantaram a General Rondon ao som de uma animada banda de sopro, formada por integrantes da Academia de Música Manoel Florêncio.
O bloco de Frevo, com alunos da Oficina de Dança do Pantanal, colocou a celebração em ritmo acelerado, sendo seguida pelo bloco dos Marinheiros, uma alusão aos militares que ajudaram nas formações das primeiras escolas de samba da cidade. A passagem dos cordões, precursores dos blocos e das agremiações da região, mantiveram a animação. Desfilaram os cordões Cinelândia, Paraíso dos Foliões, Flor de Corumbá e Cravo Vermelho.
Com 800 componentes, a Escola de Samba Mirim Corumbá do Amanhã empolgou o público, presente em bom número ao longo da passarela pantaneira do samba, apesar da chuva que caiu na cidade ao longo de boa parte da tarde. O objetivo do projeto, que desfilou pelo segundo ano consecutivo, é assegurar que as próximas gerações conheçam e se envolvam com a rica tradição do Carnaval de Corumbá.
Após a belíssima apresentação das crianças, foi a vez da Danza Boliviana Caporales empolgar a avenida. As origens desta dança folclórica são atribuídas à família Estrada-Pacheco de La Paz, que se inspirou no personagem do caporal de la saya. O saya é um ritmo da região Yungas de La Paz, onde se concentra uma significativa população afrodescendente, e que mostra a relação entre os capatazes e os escravos.
A Fraternidade L Urkupina de Puerto Suarez, que desfilou na noite de Carnaval Pluricultural Fronteiriço, foi fundada em 15 de agosto de 2009 pela mestre coreógrafa Yara Sánchez, com mais de 150 bailarinos entre crianças, jovens e adultos. Fechando os desfiles, o tradicional Bloco dos Palhaços fez uma homenagem ao seu fundador e artesão, Alex Batista.
*Comunicação PMC
